15ª Festa Literária Internacional de Paraty encerra neste domingo

A 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro, chega ao seu último dia neste domingo (30) firme na proposta de estimular a representatividade. O evento teve como homenageado o escritor brasileiro Lima Barreto.

Uma mesa com as escritoras Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves encerrar os seis dias de debates e exposições. As autoras prestam um tributo a outras vozes femininas africanas como Angela Davis, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Josefina Herrera, Nina Simone, Noêmia de Sousa, Odete Semedo, Paulina Chiziane e Toni Morrison.

Os autores Marlon James e Paul Beatty na mesa “O grande romance americano”. Foto: Bruno Santos/Reprodução

Na sessão de despedida da Flip, conduzida pela editora inglesa Liz Calder, os autores Alberto Mussa, Ana Miranda, Djaimilia Pereira de Almeida, Patrick Deville, Paul Beatty, Scholastique Mukasonga e William Finnegan leem trechos de seus livros prediletos.

Nesta edição, o evento trouxe mais escritoras e autores negros para o centro das discussões. O legado dos programas da Flip ao logo dos quinze anos de existência teve continuidade com a realização da Flipinha, voltada para o público infanto-juvenil; da Flipzona, que incentiva a leitura e a produção cultural por meio de novas mídias; e da FlipMais, programação que reúne teatro, música, cinema e literatura.

A ruandesa Scholastique Mukassonga na mesa “Em nome da Mãe”. Foto: Bruno Santos/Reprodução

Criação, realidade e ficção, literatura infantil, racismo, resquícios do apartheid na escrita, democracia, feminismo foram alguns dos temas debatidos por autores como Julián Fuks, Lázaro Ramos, Lilia Schwarcz, Luiz Antônio Simas, Maria Valéria Rezende, Pilar del Río, Scholastique Mukassonga, entre outros nomes.

Nesta 15ª edição, a Flip ocorreu com um orçamento 30% menor. O evento teve com sede a Praça da Matriz, com um auditório montado dentro da igreja com capacidade para 450 pessoas, além de contar com um espaço externo com telão.

Depoimento de professora aposentada

Diva Guimarães foi destaque da Flip 2017. Foto: Bruno Santos/Reprodução

A voz emocionada de Diva Guimarães, professora aposentada de 77 anos, já demonstrava que suas palavras iriam ter o mesmo efeito sob o público. Na sexta-feira (28), durante a mesa “A pele que habito”, com a participação de Lázaro Ramos e da jornalista portuguesa Joana Gorjão Henriques, a paranaense neta de escravos relatou episódios de uma vida de dificuldades impostas pelo preconceito contra os negros.

Diva Guimarães discursou por mais de dez minutos e foi aplaudida pela plateia. “Os negros não são preguiçosos, este país vive hoje porque meus antepassados trabalharam muito”, disse a professora. “Sou uma sobrevivente pela luta e pela educação”, afirmou.

Exposição interativa em caminhão

Caminhão da Energia da Língua Portuguesa no espaço Ocupa Flip. Foto: Iberê Périssé/Reprodução

Uma mostra de 300 metros quadrados em uma estrutura móvel de caminhão. A exposição interativa permite que os visitantes saibam mais sobre os países que falam a língua portuguesa, as peculiaridades e diferenças do português falado em diversos países, além de curiosidades do idioma e expressões.

Em um dos equipamentos o público pode ver em 360 graus, através do manuseio de um periscópio, dez países onde se fala o português hoje. Outra instalação convida o visitante a dublar trechos de poemas com o sotaque que escolher e compartilhar em suas redes sociais, entre outras atividades.

A exposição celebra a língua portuguesa. Foto: Divulgação

A exposição, em apoio à recuperação do Museu da Língua Portuguesa, com sede em São Paulo, que teve seu acervo destruído após um incêndio em 2015, percorrerá todas as regiões do Brasil nos próximos dois anos.

Programação completa –  Domingo (30)

Visitantes acompanham programação. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

10h | Território Flip/Flipinha | Auditório da Praça | Todas as idades com Ana Miranda e Maria Valéria Rezende.

10h30 | Programação Encontros Malê em Paraty | Casa Malê |

Cartas para Carolina. Leituras e conversas sobre a obra de Carolina Maria de Jesus com participação da escritora Jarid Arraes. A atriz Maria Gal interpretará trechos da obra Quarto de despejo.

11h | Programação SESC Paraty | Centro Cultural SESC Paraty | Café Literário com Lucia Hiratsuka. A infância de todas as idades, com mediação de Verônica Lessa.

Foto: Bruno Santos/Reprodução

11h | Programação Casa Santa Rita da Cassia | Lançamento com participação de JC Ponzi, Gisele Mirabai, Tatiana Amaral, Etel Frota, Adriana Sydor, Catia Mourão e Cinthia Zagatto.

11h | Programação Paratodos | Casa Paratodos | Relançamento do livro Sem vista para o mar (Selo Edith) de Carol Rodrigues.

12h | Programação Oficial | Auditório da Matriz | Mesa 17 | Amadas com Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo. Tributo a vozes femininas africanas e da diáspora negra, como Angela Davis, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Josefina Herrera, Nina Simone, Noêmia de Sousa, Odete Semedo, Paulina Chiziane e Toni Morrison.

Foto: Flip/Reprodução

13h | Programação SESC Paraty | Casa SESC | Mesa Intercâmbios da Língua Portuguesa com Rita Chaves e Susana Ramos Ventura.

14h | Programação SESC Paraty | Centro Cultural SESC Paraty | Café Literário com participação de Cida Pedrosa. O Sertão Reinventado.

15h | Programação Oficial | Auditório da Matriz | Mesa 18 | Livro de cabeceira com participação de Ana Miranda, Djaimilia Pereira de Almeida e Scholastique Mukasonga. Na sessão de despedida da Flip, conduzida por Liz Calder, autores convidados leem trechos de seus livros prediletos.

Com informações: Flip / Folha de São Paulo / Modices / Jornal do Brasil / Agência Brasil

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