Bananatex: bolsas a partir das fibras da bananeira

Sustentável, revolucionário e polivalente. A marca suíça Qwstion criou bolsas a partir das fibras da bananeira para substituir materiais sintéticos, como poliéster, nylon e acrílico, que são feitos a partir de combustíveis fosseis.

O material chamado de Bananatex, foi desenvolvido nas Filipinas, lugar original das bananeiras. As mochilas não têm nenhum plástico. Ou seja é um produto totalmente biodegradável e sustentável.

As bolsas foram feitas a partir da Abacá, uma planta da família da bananeira que produz fibras longas usadas, na fabricação de corda ou papel. A fruta é diferente da banana como conhecemos e não serve como alimento.

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“Vimos o quão resistente é o tecido e o quão duradouro é, então decidimos que isso tinha potencial e continuamos o desenvolvimento”, diz Hannes Schönegger, co-fundador e CEO da Qwstion.

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Primeiro, as fibras são transformadas em um papel resistente. Depois, esse papel é cortado em tiras e torcido até se transformar em um fio fino, que resulta em um tecido de alta densidade. Com ele é feita uma mochila leve, mas ao mesmo tempo durável. Além disso, a marca ainda adiciona uma cera que torna o produto resistente a água.

Bananatex

Bananatex. Foto: Lauschsicht
Foto: Reprodução

A marca, um coletivo de designers e empreendedores que lançou uma década atrás, já experimentou cânhamo, bambu, linho e outros materiais no passado. Quatro anos atrás, eles aprenderam sobre o abacá, uma planta da família das bananas que produz longas fibras que às vezes são usadas para fazer corda ou papel; a fruta que produz é diferente do tipo comumente encontrado nos supermercados e não é comida. Nos primeiros experimentos, a equipe percebeu que poderia funcionar bem como um material para bolsas. 

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“Vimos o quão resistente é o tecido e o quão duradouro é, então decidimos que isso tinha potencial e continuamos desenvolvendo-o”, aponta Hannes.

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No entanto, o material ainda é mais caro que os tradicionais, já que o custo da mão de obra é mais alto. Para Schönegger isso não deveria ser um problema, porque as marcas poderiam priorizar o trabalho a uma oferta de produtos mais baratos. Além disso, o custo para o meio ambiente também não compensa. “Mesmo que uma mochila seja barata por causa de um tecido de plástico, achamos que pode não ser barato no final – porque provavelmente todos nós vamos pagar por isso algum dia”, diz.

Bananeiras

Foto: Reprodução

Ao contrário de alguns outros materiais naturais – digamos, o algodão, que é cultivado com grandes quantidades de água e pesticidas – as bananeiras, nativas das Filipinas, podem crescer sem recursos extras. Em alguns casos, eles são usados ​​para reflorestar partes das Filipinas que foram dizimadas por plantações de palmeiras. 

As plantas crescem em uma floresta cercada por outras árvores em um ecossistema diversificado e não como uma única cultura, e as longas raízes da planta ajudam a evitar a erosão. Os agricultores podem colher os caules da planta em vez de cortar a própria planta, por isso continua a crescer.

Possibilidades

Schönegger enfatiza que a empresa planeja compartilhar o material com outros fabricantes, incluindo marcas externas que dependem fortemente de tecidos técnicos sintéticos. “Quando tivemos isso em nossas mãos, entendemos que há muitas possibilidades de usar isso para outros fins”.

Foto: Reprodução

A empresa foi abordada por outras produtoras de sacolas, empresas de vestuário, empresas automotivas e empresas de móveis interessadas em comprar o material, e planeja aumentar seus pedidos com seus parceiros, que atualmente são únicos em ter o conhecimento técnico para produzir o material. “Eventualmente, pode ser que mais fabricantes possam criar esse tipo de fio e esse tipo de tela”, diz ele.

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“Eventualmente, pode ser que mais fabricantes possam criar esse tipo de fio e esse tipo de tela”, ressalta Hannes.

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Foto: Reprodução

“O tecido é mais caro do que as lonas típicas, então, para suas próprias malas, a empresa criou desenhos que fizeram o uso mais eficiente do tecido, limitando o desperdício. O aumento do custo vem em grande parte do trabalho. Mas as empresas que escolhem material sintético com base no custo devem considerar repensar essa abordagem”, diz Schönegger. 

“As marcas poderiam optar por priorizar o fornecimento de uma fonte estável de empregos ao invés de vender produtos mais baratos, e também poderiam começar a perceber que o baixo custo dos produtos sintéticos não representa todos os seus custos para a economia.” aponta. 

“Mesmo que uma mochila seja barata por causa de um tecido de plástico, achamos que pode não ser barato no final – porque provavelmente todos nós vamos pagar para tirar do oceano algum dia”, acrescenta ele.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Imagem destacada. Os sócios da Qwestion e criadores do tecido Bananatex


Com informações: Época / Fast Company

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