Exposição em Paris promove viagem imersiva pela obra do pintor Van Gogh

24 de julho de 201730 de julho de 2018 Conexão Boas Notícias 0 comentários

Diante de um quadro famoso de Vincent Van Gogh (1853-1890), o olhar detecta os detalhes. Em um, há um charuto sobre a cadeira. No outro, um livro em uma mesa de bar. É quase possível sentir o relevo da tinta nas pinceladas grossas e frenéticas do artista.

Em Paris, uma exposição promove uma imersão nas obras do pintor holandês.

Com o título de “Imagine Van Gogh”, a mostra exibe em alta definição em 20 telões mais de 200 obras pintadas pelo artista, entre 1888 e 1890. As projeções foram montadas na Grande Halle de La Villette, um prédio-galpão onde funcionava um antigo mercado.

Projeções de “A Noite Estrelada”, de 1889. Foto: Imagine Van Gogh/La Villette

Aos acordes de Saint-Saëns, Mozart, Bach, Delibes ou Satie, os telões espalhados em 2.000 m² exibem a “Noite Estrelada Sobre o Ródano”, o “Quarto em Arles”, os girassóis, ciprestes, retratos e autorretratos, entre outras obras e elementos das cores e traços do pintor.

Os quadros são projetados nos formatos horizontal e vertical. Os visitantes podem acompanhar a mostra sentados, deitados ou circular pelo local.

O projeto foi idealizado pelos curadores franceses Julien Baron e Annabelle Mauger. “Nosso objetivo é que o espectador possa descobrir Van Gogh de uma nova maneira, com um panorama mais completo do que aqueles que as pessoas estão acostumadas a ver. Nosso projeto não pretende concorrer com os museus, mas oferecer um novo ângulo, que permita às pessoas descobrir as telas sob uma outra luz. Nós mostramos os detalhes que dão uma nova ideia das pinturas que elas já conheciam”, explicou Baron.

Imagens de “O Semeador”, de 1890. Foto: Imagine Van Gogh/La Villette

As obras escolhidas representam o período no qual Van Gogh viveu nas cidades francesas de Arles, Saint Rémy de Provence e Auvers-sur-Oise. Segundo Julien Baron, essa foi uma fase de experimentação e de influências, como a do japonismo.

De acordo com os curadores, o artista buscava novas expressões e técnicas. “É na Provence (região do sudeste da França) que ele pinta finalmente a luz do sol e exalta a natureza, o retrato e a natureza morta. Sua paleta de cores explode, o traço se torna vigoroso, e a composição, impertinente. E Auvers-sur-Oise (a 30 km de Paris) aparece como uma continuidade que abre a porta para a modernidade, para o princípio da abstração contemporânea”, disse Annabelle Mauger.

Projeções de “Amendoeiras em Flor”, de 1890. Foto: Imagine Van Gogh/La Villette

As sonoridades que envolvem a exposição foram selecionadas para despertar no público as emoções criativas do pintor holandês. “A música é muito importante porque é ela que leva o visitante a circular pela cenografia e se apropriar dessa viagem ao coração das obras de Van Gogh. Queríamos uma música que fosse, em primeiro lugar, universal, como Mozart, e, na medida do possível, contemporânea a Van Gogh, como Saint-Saëns”, explica Baron.

No mezzanino do Grande Halle de La Villette também há painéis com informações sobre o período das obras, dados biográficos do pintor e detalhes do projeto. A exposição segue em cartaz até 10 de setembro.

Imagine Van Gogh: Uma exposição imersiva