Leis reconhecem patrimônios vivos nos estados de Pernambuco e Alagoas

Saberes, fazeres, memórias e histórias. Uma cultura reverenciada em vida. Desde 2004, a lei do Registro do Patrimônio Vivo está em vigor em Pernambuco. O título é dado a pessoas ou grupos que tenham dado forte contribuição na produção de conhecimento e na preservação da cultura tradicional ou popular do estado.

Canhoto da Paraíba, Camarão, Lia de Itamaracá, Mestre Salustiano, os ceramistas Manuel Eudócio, Ana das Carrancas, Nuca e Zé do Carmo, os cordelistas J. Borges e Dila estão entre os 51 titulados até o momento.

Francisco Soares de Araújo (Chico Soares) ou Canhoto da Paraíba nasceu na cidade paraibana de Princesa Isabel. Foto: Reprodução

A lista ainda inclui grupos culturais como o Maracatu Carnavalesco Misto Leão Coroado, a banda de música Sociedade Musical Curica, o Teatro Experimental de Arte, Caboclinho Sete Flexas, Confraria do Rosário, Clube Indígena Canindé do Recife, entre outros.

Na quinta-feira (17), Dia Nacional do Patrimônio Histórico, foram diplomados seis novos eleitos. A parteira Maria dos Prazeres, Mestre Chocho, André Madureira, José Pimentel, Reisado Inhanhum e Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo agora são considerados patrimônios vivos.

Mestre Zé Lopes atua com mamulengo há mais de 40 anos. Foto: Eric Gomes | Divulgação

“Eu me sinto muito feliz com o reconhecimento da minha própria terra, em que tanto trabalho”, comentou André Madureira, fundador, diretor e coreógrafo do Balé Popular do Recife. “Eu tenho 60 anos de trabalho com as comunidades, trabalhando em vários hospitais. A maior recompensa que eu tive foi atender todo esse pessoal e dizer para a comunidade que tive óbito zero”, relembrou Maria dos Prazeres de Souza.

Com o título de “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, artistas, mestres e grupos passam a recebem bolsas vitalícias de apoio financeiro para que repassem seus conhecimentos às novas gerações. Os eleitos também participam de oficinas, palestras, cursos e concursos sobre as manifestações culturais.

Maria dos Prazeres, patrimônio vivo de Pernambuco, já realizou mais de 5 mil partos. Foto: Jan Ribeiro | Reprodução

Pernambuco foi o primeiro estado brasileiro a instituir a lei e a iniciativa já inspirou outros lugares da região Nordeste. Em Alagoas, desde 2005, mestras e mestres das mais diversas áreas culturais podem ser incluídos no Livro de Registro do Patrimônio Vivo do estado.

Até o ano passado foram tituladas 56 personalidades, entre elas Dona Irinéia, Mestre Jayme, Mestre Juvenal Leonardo, Mestra Luzia Simões, Jota do Pife, Nelson da Rabeca, Canarinho de Alagoas, José Laurentino, Zeza do Coco e Vânia Maria.

Mestra Maria Flor, de Chã da Jaqueira, é das personalidades da cultura alagoana. Foto: Neno Canuto | Reprodução

Assim como no estado pernambucano, os membros do Patrimônio Vivo de Alagoas têm direito a receber apoio financeiro para dar continuidade as suas manifestações culturais.

Em Pernambuco e Alagoas, os governos estaduais são os responsáveis pela promoção dos concursos que elegem os patrimônios vivos. O objetivo de ambas as iniciativas é valorizar os artistas e grupos da cultura, além de preservar e dar continuidade ao legado deixado por eles. Projetos similares são realizas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em outros estados do Brasil.

Com informações: G1-Pernambuco / Fundação Joaquim Nabuco / Cultura Digital / Secult-PE / G1-Alagoas / Secult-AL

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