A Pátria não é ninguém: são todos

Rui Barbosa, considerado o expoente da nacionalidade brasileira, apresenta sua definição de Pátria. O texto foi escrito em 1903.

“A pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não delatam, os que não emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo.”

Pátria, óleo sobre tela, Museu da República. Foto: Reprodução

“A pátria é a família amplificada. E a família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício. É uma harmonia instintiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas. (…) Multiplicai a família, e tereis a pátria.”

Com informações: 

Rui Barbosa, apud GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2010

Rui Barbosa, apud Coleção Nosso Século, organizada pela Editora Abril, 1985

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