Pés descalços: católicos, protestantes, ateus, espíritas, comunistas, quem quer que seja

Carinhosamente chamado de “Dom Pelé” ou “Dom Zumbi”. Dom José Maria Pires, missão e propósito: “com os pés descalços, abrir as janelas da Santa Igreja”.

“Eu andei pelas mesmas ruas pelas quais Juscelino andou. Ele andava de pés descalços e eu também. Era comum as crianças pobres andarem descalças na rua”. Com estas palavras, Dom José, declarou fé, obras e ações em favor dos simples, uma vida e testemunho, o exemplo de como ser Igreja.

Ensinava que a Igreja se coloca hoje ao lado de todos que lutam pelo desenvolvimento, sejam católicos, protestantes, ateus, espíritas, comunistas, entre outros. “Somente o desenvolvimento é que dará paz aos povos”.

Foto: Reprodução

No ano de 1968, ao proferir na semana santa a sua mensagem de Páscoa, enfaticamente destacou o papel da Igreja Católica no processo revolucionário que o mundo vivia naquele ano.

“A Igreja tem de vencer o peso dos séculos e romper estruturas envelhecidas para ser a verdadeira “Igreja de Cristo ressuscitado”, onde não há lugar para os acomodados e os passivos.

Dom José Maria Pires, em suas declarações para os fiéis, também apontou que as grandes lideranças da história universal estão mortas e os ideais que eles defenderam podem ser ainda fonte de inspiração para os seus herdeiros espirituais. Suas sepulturas são hoje monumentos históricos.

Só Cristo é vivo, porque só ele venceu a morte. Só o Cristo é atual, porque introduziu a eternidade no temporal. Só o Cristo ressuscitou verdadeiramente.

Por isso a Igreja para ser a “Igreja do Cristo ressuscitado” tem que se rejuvenescer continuamente.

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Palavras edificantes, repletas de forças para prosseguir:

“Não tenhamos, pois, receio de dar passos à frente, de abandonar posições adquiridas e mantidas com esforço e altivez. Busquemos outras mais atuais e mais próximas de Cristo”.

“A Igreja deve colocar-se não na retaguarda da sociedade, mas na crista dos acontecimentos e à frente de todos os legítimos movimentos de libertação que empolguem a gente moça”.

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Quase meio século já se passou, e as palavras continuam ecoando no meio do povo de Deus: “Uma passagem do temor para a segurança, da acomodação para a luta, do ódio para o amor. Que ela desarme os espíritos, aqueça os corações e faça de todos nós mensageiros daquela esperança que deve tornar-se realidade nos dias da nossa existência”.

Esperança que traz ânimo: “Não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força” (Neemias 8:10).

Dom José tinha convicção que a alegria do Senhor é uma obra que ultrapassa o natural, porque está dentro de nós e, permanece assim, é a presença viva do Espírito Santo em nossos corações.

“A alegria. Sempre se diz que quando alguém alegre entra em uma casa é como se em um quarto escuro, a janela se abrisse para a luz entrar”. 

“Não terá sido esse o pedido de um outro José, o bergamasco Roncalli, quando convocou o Concílio? Ainda hoje precisamos de bispos que abram as janelas de nossas Igrejas para que a alegria do Cristo nos rejuvenesça. Gente como Dom José, de pés descalços, camisa arregaçada na luta pelos pobres e uma alegria convicta no coração, verdadeiros filhos e herdeiros do Concílio”, notabilizou Fernando Altemeyer Junior, mestre em Teologia e Ciências da Religião pela Universidade Católica de Louvain-la-Neuve, Bélgica, licenciado em Filosofia, doutor em Ciências Sociais pela PUC (SP) e professor PUC (SP), em artigo publicado no Facebook, 27-08-2017.

“Dom José Maria Pires, o bispo de pés descalços”

Foto: Reprodução

Dom José Maria Pires foi arcebispo emérito da Paraíba, nasceu em 15 de março de 1919, em Córregos (MG). Faleceu aos 98 anos de idade, em 27 de agosto de 2017, em Belo Horizonte.

“O sacerdócio não é carreira, não é profissão, é missão, é serviço à comunidade e ao mundo que Jesus veio salvar”.

Dom José pregou a mensagem da cruz, da vida plena, e sobretudo da conversão, sempre assumiu sua origem, sua etnia, e seu amor aos pobres, defendeu a ideia de que uma nova cultura precisa ser implantada pelos discípulos de Jesus, que sejamos “sal da terra e luz do mundo”. 

Mas para se chegar a Luz é necessário que trevas da incredulidade sejam dissipadas. Deixemos o orgulho do velho homem e nos vistamos de humildade, com corações quebrantados para um novo nascimento. 

O renascer, é um ato de Deus através do qual a vida eterna é dada àquele que acredita.

Resultado de imagem para BibliaDeixo aqui alguns versículos bíblicos para a sua meditação:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17)

Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo.” (Tito 3:5)

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” (1 Pedro 1:3)

E, por último:  “Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.” (1 João 2:29)

Paz e Luz!



Com informações: Bíblia Sagrada / Unisinos / Série: Como a Paraíba viveu o ano de 1968 


Por Josy Gomes Murtada redação do Conexão Boas Notícias

Formada pelo Centro de Treinamento Bíblico Rhema Brasil / Curso Bíblico Ministerial (2004/2005)

One thought on “Pés descalços: católicos, protestantes, ateus, espíritas, comunistas, quem quer que seja

  • 29 de agosto de 2017 em 20:46
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    Parabéns, pela matéria Josy. Tens excelência em tudo que faz. Bonita homenagem!

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