Sereismo: um movimento que tem conquistado mulheres e homens do mundo inteiro

Moda, beleza, diversidade, criatividade, tendência, estilo.

O sereismo vem despertando o interesse das pessoas, principalmente as que sentem-se ligadas ao mar, aos animais e à natureza. Sereias da vida real. Mas, de onde veio isto?

A resposta é bem simples. As primeiras sereias reais apareceram na década de 1990, quando os adeptos ao estilo gunge e clubber passaram a usar cores do mar em suas roupas, acessórios e maquiagens.

Em 2011, o movimento ganhou muito mais força, com a ajuda de Kesha e Azealia Banks.

Da cabeça aos pés: as caudas em cores vibrantes, os cabelos multicoloridos, soltos ao vento, inspirados nas cores das sereias, tem chamado a atenção.

Até a forma de pentear foi mudada e as cores das madeixas ganharam tons mais rosas e azulados. Nas roupas um pouco mais de “brilho do mar”. 

Bruna e Camila-Sereias. Imagens © Pinterest/Divulgação/Reprodução

Com todo este sucesso, a onda do sereismo caiu no gosto dos modistas do mundo inteiro, que passaram a aplicar elementos desse estilo em suas criações.

Atualmente uma tendência. As marcas famosas têm lançado coleções de roupas, acessórios, sapatos, maquiagens e outros produtos para os adeptos do sereismo.

Mas há que diga que o sereismo é mais que uma tendência, transformou-se para muitos adeptos, um estilo de vida.

Seja no real, ou virtual em pose para fotografias, ou festas temáticas, as sereias chegaram com força nesta geração, onde o visual predomina.

Sereia

Sereias. Imagens © Pinterest/Divulgação/Reprodução

De acordo com o dicionário, a sereia é um ser mitológico, um monstro fabuloso, metade mulher e metade peixe ou ave, que, pela suavidade do seu canto, atraía os navegantes para os rochedos.

No entanto, para as adeptas do movimento, uma sereia é alguém que se identifica com o mar e com a água, que preze pelo meio ambiente e que sinta vontade de externar esses sentimentos.

Mirella Ferraz, a primeira sereia profissional do Brasil. Imagens © Pinterest/Divulgação/Reprodução

A primeira sereia profissional do Brasil Mirela Ferraz diz que não há regras para se tornar uma sereia, ou um tritão (o equivalente a um ‘sereio’), já que o sereismo não faz distinção de gênero. Basta sentir esta forte ligação, além de respeitar e proteger a natureza.

Mirela é formada em gestão ambiental com ênfase em biologia marinha, é sereia desde 2007 e relembra que sua fixação por sereias vem desde a infância, quando acordava chorando no meio da noite por ter pernas, e não uma cauda.

Ela destaca que a sua missão é propagar o sereismo, Mirella viaja por todo o país e ainda se apresenta em aquários e já lançou livros sobre o tema.

Mirella Ferraz. Imagens © Pinterest/Divulgação/Reprodução

Mirela ficou conhecida como a sereia brasileira, possui uma marca que vende caudas tanto para crianças quanto para adultos. “Foram meses até chegar numa cauda perfeita. A primeira tentativa foi com pneu de caminhão, e a cauda acabou pesando 40 kg”, diz. Hoje desenvolve os produtos com neoprene 100% nacional.

As blogueiras Bruna Tavares e Camila Gomes, do sereismo.com, sereias da vida real, também dão força ao movimento.

Bruna Tavares é dona de um dos primeiros blogs sobre o assunto.

Bruna que é jornalista, fundadora do site, criou a denominação sereismo e, tanto ela quanto Camila não são adeptas do mergulho como Mirella, que pratica apneia e consegue ficar até 4 minutos sem respirar embaixo d’água. “Cada pessoa tem um grau de sereismo na vida”, conta.

Camila diz que seu grau de sereismo é baseado no compartilhamento de informações sobre o tema. “Eu sou sereia quando divido esse meu amor com o mundo, quando me interesso pelo assunto e leio livros sobre isso”. 

As blogueiras só ficam tristes quando veem pessoas se aproveitando da “onda” para ganhar dinheiro, sem realmente se identificarem com o sereismo. “É preciso se aprofundar no mar e no assunto em geral”.

Kesha – Sereismo. Foto: Reprodução

O tritão

Pedro Henrique Amâncio, um jovem cearense é um dos primeiros tritões (masculino de sereia) do Brasil, também conhecido como Tritão P.H.

Pedro Henrique. Foto: Reprodução

Apesar de não ser profissional, tem chamado bastante atenção com sua belíssima cauda azul, confeccionada pela grife de Mirella Ferraz.

P.H. mantém um canal no Youtube, onde divide não só curiosidades sobre o sereismo como também pequenas animações sobre esse universo, feitas por ele mesmo, que é designer gráfico e publicitário. 

O jovem já realizou um sonho de muitas sereias e tritões: nadou com Mirella, a mais famosa das sereias brasileiras.

Yasmin Brunet. Foto: Reprodução

No meio artístico, a modelo Yasmin Brunet é a sereia mais conhecida. “Acredito mesmo em sereias. Não é nem questão de acreditar em sereias, eu me nego a acreditar que a vida é isso que eu vejo”, declarou em uma conversa com a blogueira Gabriela Pugliesi. Yasmin é vegana e ávida defensora dos animais, além de pregar um estilo de vida mais simples e natural.

Escola para Sereias

Foto: Reprodução

Nas Filipinas, criaram até uma escola para sereias, a Philippine Mermaid Swimming Academy, que oferece aulas de diferentes níveis. Para quem já tem experiência, as aulas podem chegar a 4 horas de duração. A profundidade máxima que os iniciantes podem mergulhar é de três metros.

No Brasil não há nenhum curso ou escola, mas no último fim de semana de maio aconteceu uma oficina no Hotel Sheraton Grand Rio, onde a instrutora Thais Picchi, que fez o curso nas Filipinas, deu aulas de mergulho e apneia, além de ensinar movimentos e gestos de sereias.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A indústria da moda

Diversas marcas estão investindo nesse nincho e fascinadas por esse universo. Em 2011, a Victoria’s Secret causou ao trocar as tradicionais asas de angel da modelo Miranda Kerr por uma concha. 

Foto: Reprodução

Em 2012, a Chanel também usou uma concha em seu desfile, colocando a cantora inglesa Florence Welsh cantando dentro dela.

Foto: Reprodução

Burberry foi outra grande label que investiu no sereismo, lançando em 2015 uma coleção de saias que lembravam escamas. Isso sem falar nas fast fashion, que volta e meia trazem peças com elementos inspirados no movimento.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Beleza

Alluring aquatic. Foto: Reprodução

No universo da beleza, a canadense MAC lançou uma linha inteira com cores que remetem às sereias, a Alluring Aquatic.

No mercado brasileiro, em 2014, o Boticário desenvolveu a coleção “Sereias Urbanas”, rapidamente as prateleiras ficaram vazias em todo o país. 

Recentemente a cantora Katy Perry, que já declarou inúmeras vezes seu amor ao sereismo, anunciou uma colaboração com a CoverGirl para uma linha de maquiagens inspiradas nas cores do mar.

Katy Perry. Foto: Reprodução
Sephora. Foto: Reprodução

Sereismo – diversidade

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Diversos produtos pessoais com o tema sereismo estão disponíveis, como cobertores em forma de cauda, colares e brincos, até produtos para a casa, como poltronas, vasos, e almofadas. Isso sem falar nas comidinhas influenciadas por este movimento

Numa rápida busca no Pinterest, você encontra inúmeras opções, como cupcakes, bolos, macarons e biscoitinhos, todos com formatos ou cores do sereismo.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um estilo de vida

O sereismo é muito mais do que uma moda passageira. Transformou-se num verdadeiro estilo de vida, conquistou adeptos por vários recantos do mundo e tem causado impacto na moda e economia.

Apesar das suas peculiaridades o sereismo levanta causas nobres e muito importantes, como o respeito à natureza e à vida marinha. 

Claudia Ohana. Foto: Reprodução

Com informações: Hypeness / Toda Teen / Imagens © Pinterest/Divulgação/Reprodução Sereismo/Mirella Ferraz

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