Live action de “O Rei Leão” tem tecnologia criada por brasileiro

O filme “O Rei Leão” foi inteiramente desenvolvido no computador por meio da realidade aumentada — com apenas uma cena sendo filmada no mundo real.

A Magnopus, empresa que desenvolveu o software que possibilita rodar o filme em realidade virtual, tem o brasileiro Bernardo Machado como um dos sócios. O empresário explica que o universo de O Rei Leão (a savana, os animais, a Pedra do Rei, o sol etc) foi criado em realidade virtual, como se fosse um videogame, e as pessoas da produção tinham seus próprios avatares para andar — e até voar — pelo cenário.  

“Os filmes de animação são normalmente filmados por meio da técnica conhecida como motion capture, em que são colocadas ‘bolinhas’ nos atores para capturar seus movimentos e depois aplicado nos personagens”, conta Machado. 

“Depois é feito um trabalho grande de edição para finalizar a cena porque ali só tem um rascunho que capturou aquele movimento. E é um processo demorado porque a cena é gravada com um fundo em volta, sem o cenário em volta”, diz Machado.

“A nossa proposta foi fazer um filme da maneira de antigamente, com um cenário próprio em que conseguíssemos controlar tudo. O diretor tinha o controle de realidade virtual e podia mudar qualquer coisa dentro daquele mundo”, explica o empresário.

Rodrigo Teixeira (à esquerda), junto dos sócios Alex Henning e Ben Grossmann. Foto: Divulgação/Magnoplus

No entanto, a equipe tinha um desafio de se adaptar às novas tecnologias, já que eles eram acostumados com os equipamentos usados no mundo real. A Magnopus então criou réplicas destes dispositivos dentro do mundo virtual. “Também usamos sensores ao redor do estúdio para que, enquanto o operador de câmera mexesse o equipamento no mundo real, ele capturasse a cena dentro do mundo virtual também”, diz Machado.

O brasileiro Fernando Rabelo, diretor técnico de produção virtual na Magnopus, trabalhou diariamente no set de gravação como responsável pela integração da parte criativa do filme com a realidade virtual.  “A experiência foi muito boa porque nos tornamos uma família mesmo. Em um set normal, as filmagens duram de 90 a 120 dias, enquanto em ‘O Rei Leão’ durou cerca de nove meses. Toda a equipe estava lá diariamente, trabalhávamos de 12 a 14 horas por dia e todo mundo se tornou bem próximo um do outro”, diz Rabelo.

Diretor de de “O Rei Leão” deu uma moeda especial para toda a produção do filme. Foto: Arquivo Pessoal

Uma das melhores lembranças de Rabelo durante as filmagens foi quando o diretor Jon Favreau entregou um presente especial para toda a equipe da produção. Quando dirigiu Homem de Ferro, Favreau trabalhou com as Forças Armadas e conheceu um hábito deles de carregar uma moeda como símbolo de pertencer a um grupo. “Agora ele quer que todo mundo se sinta parte dos filmes. Um dia, eu estava trabalhando no set de filmagens e ele foi até a minha cadeira e esticou a mão para mim. Eu apertei sua mão e vi que tinha uma moeda especial do filme. Era um símbolo de que eu era parte da família também”, diz Rabelo. 

Esta não foi a primeira vez que a Magnopus trabalhou em parceria com a Disney. A aproximação começou em 2016, quando a empresa deixou de fazer efeitos especiais para focar em realidade virtual, e acabou produzindo tecnologias para filmes como Coco e Moana, além de criar a plataforma Disney Movies VR.


Com informações: Galileu

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