Maya Gabeira bate o próprio recorde mundial de maior onda já surfada por uma mulher: 22,4m

Quase sete meses depois de pegar uma das maiores ondas surfadas este ano em Nazaré, Portugal, Maya Gabeira teve nesta quinta-feira a confirmação que tanto esperava. A Liga Mundial de Surfe (WSL) anunciou que a brasileira bateu o próprio recorde de maior onda já surfada por uma mulher na história com a nova marca avaliada em 73,5 pés (22,4 metros).

A carioca, de quebra, ainda ganhou a premiação do XXL Awards na categoria feminina de Maior Onda. A onda foi surfada em 11 de fevereiro, em Nazaré (confira nas imagens da WSL abaixo).

Maya superou sua antiga marca de 68 pés (20,72 metros), que foi o primeiro recorde feminino de maior onda homologado pelo Guinnes World Records, com uma “bomba” também surfada em Nazaré, em janeiro de 2018.

“É um pouco surreal na verdade. Tá ainda caindo a ficha. Eu sabia que a onda era muito grande, tinha uma convicção que a onda era maior do que o meu recorde de 2018. Tava com uma competição bem acirrada com a Justine (Dupont), francesa, que também tinha surfado uma onda muito grande no mesmo dia”, disse Maya, que surfou a onda do recorde durante um evento de tow-in organizado pela WSL.

O detalhe é que foi a Maya a grande responsável por demandar a medição da onda, feita por cientistas do Scripps Institution of Oceanography, em San Diego, na Califórnia (EUA), e pelos criadores do projeto da piscina de ondas artificiais de Kelly Slater.

Foto: Reprodução

“Pela primeira vez a onda foi medida fora da Liga. Eu consegui que eles levassem essas ondas para serem medidas com uma nova técnica elaborada pelos cientistas que criaram a onda do Kelly Slater e os cientistas do Scripps, o Instituto de Oceanografia de San Diego”, explicou a carioca.

O recorde de maior onda da história pertence ao também brasileiro Rodrigo Koxa, que conquistou esse feito também em Nazaré, com uma bomba avaliada em 80 pés (24,4 metros).

Superação

No ano de 2013, Maya Gabeira quebrou a perna e quase se afogou no mesmo local e foi rebocada por jetski para sua onda vencedora durante a competição Big Wave da World Surf League (WSL) em fevereiro.

“Por muitos anos após o acidente, acho que até 2018, eu estava tentando fortemente superar meu trauma e às vezes o surf não era tão divertido e não havia muito prazer envolvido nisso”, disse ela. “Era muito sobre ser exposto a isso e suportar o desconforto.”

Após o acidente, ela começou a treinar em apneia, preparando-se para as inevitáveis ​​wipeouts e dando-lhe a confiança para enfrentar ondas como seu recordista Nazare.

“A velocidade era muito alta, mas o barulho que a onda fez quando quebrou me fez perceber que esta foi provavelmente a maior onda que já peguei”, disse ela.

Ela não só superou o recorde de 20,7 m de 2018, também na Nazaré, mas foi a maior onda surfada por qualquer surfista no ano passado.

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“Este recorde mundial realmente me parece incrível porque o tamanho da onda foi maior do que o tamanho dos homens neste ano”, disse Gabeira.

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“Isso significa que uma mulher realmente pegou a maior onda do ano no geral e isso para mim é uma loucura.

“Eu tinha sonhado com isso anos atrás, mas não como algo realista porque não havia representação para eu acreditar que fosse possível.”

“É incrível ver esse novo grupo de meninas e agora há mais prêmios para as mulheres, há um recorde para as mulheres e agora há mais coisas para se admirar e isso é muito importante”, disse Gabeira à Reuters.



Com informações: O Globo / Reuters / National Post 

Edição: Josy Gomes Murta

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