Brasil pode ter embarque aéreo sem uso de documentos

Imagine passar por todas as etapas do embarque aéreo sem apresentar, em nenhum momento, qualquer tipo de documentação. Um sistema de reconhecimento por biometria, que valida a identidade do viajante por selfies tirados na hora comparados com a base de dados do Denatran, foi um dos destaques do segundo dia do Digital Week MInfra.

Desenvolvida pelo Serpro para o Ministério da Infraestrutura, a tecnologia está em fase piloto, com previsão de implantação do embarque de testes ainda para este ano.

“A responsabilidade pela validação da identidade do viajante deixa de ser das companhias aéreas e passa a ser feita, com toda segurança, pelo Governo Federal”, anunciou o coordenador da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Carlos Eduardo Gomes.

Segundo Gomes, o sistema “Embarque Seguro” também poderá permitir o controle de toda a trajetória do viajante, seu histórico e das pessoas que compartilharam voos com ele. “Isso é uma ferramenta essencial para as políticas públicas de saúde, principalmente em um contexto de pandemia. Sem falar que o embarque passa a ser feito sem qualquer contato físico ”, avaliou.

No futuro, o sistema poderá integrar dados de órgãos diversos, como Interpol e Polícia Civil, avisar o viajante quanto tempo falta para a saída do voo e, ainda, identificar o portão correto e traçar a rota mais rápida para chegar.

Duas selfies

Com o Embarque Seguro, a validação da identidade passa a ser feita por duas selfies: uma tirada antes da entrada na área restrita do aeroporto; outra, anterior ao embarque. Essas fotos são comparadas com outras da base do Denatran, e o sistema registra um “percentual de similaridade”, garantindo a identidade do viajante.

“O cartão de embarque passa a ser emitido com o QR Code Vio, desenvolvido pelo Serpro. Isso permite que os agentes façam a validação mesmo no caso fortuito de falta de eletricidade ou de internet no aeroporto”, explicou o consultor de negócios de Soluções de Gestão de Transporte Terrestre e Aéreo do Serpro, Fernando Paiva.

O uso de todas essas informações está alinhado à LGPD: o processo de identificação atente às necessidades de segurança pública e defesa nacional e o compartilhamento de informações só será possível mediante convênio prévio entre os órgãos.

Minha avó não tem celular

Uma das questões trazidas pela platéia do webinar foi sobre a obrigatoriedade de utilização dessas novas tecnologias. Um participante relatou que sua avó viaja muito de avião, mas sequer tem um smartphone. “Se o usuário não tiver ou não quiser usar seu celular, poderá fazer as selfies no próprio aeroporto, que vai estar equipado para isso. Sua avó só vai perceber que o embarque ficou muito mais rápido e, por algum motivo, ela tirou duas fotos e não precisou sequer tirar a identidade do bolso”, disse Paiva.


Com informações: Infor Channel

Edição: Josy Gomes Murta

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