Brasileira é a primeira mulher negra latino-americana a alcançar o topo do Everest

A montanhista brasileira Aretha Duarte alcançou neste domingo o ponto mais alto do Monte Everest, a montanha de maior altitude no mundo. Ao conquistar o cume, Duarte se tornou a primeira mulher negra da América Latina a chegar no ponto mais alto da terra. Esta foi a segunda tentativa da montanhista, que comemorou em suas redes sociais.

“Nenhum sonho é maior que a nossa capacidade de realizá-lo. Essa conquista é nossa, da Aretha é de cada um de vocês, que acreditou e confiou nesta mulher sem paralelos e em sua jornada de auto-transformação e regeneração socioambiental”, disse Aretha Duarte em um publicação no Instagram. A montanhista passou 11 dias no Campo Base, que fica a mais de cinco mil metros de altura, antes de seguir para o cume.

A jornada do Campo Base para o topo do mundo durou cerca de seis dias, chegando na altitude de 8,846 metros neste domingo. Na primeira tentativa de Aretha Duarte, ela revelou ter tosses e mal-estar por causa da elevada altura.

Conheça Aretha Duarte

A montanhista passou 11 dias no Campo Base, que fica a mais de cinco mil metros de altura, antes de seguir para o cume. Foto: Reprodução

A atleta e empreendedora social, que cresceu na periferia de Campinas (SP), começou a recolher lixo reciclável ainda durante a infância. Formada em Educação Física, ela se tornou a primeira pessoa de sua família com ensino superior e descobriu a paixão pelo montanhismo.

Durante uma palestra ela ficou sabendo do esporte e se entusiasmou com a possibilidade de trabalhar com esportes outdoor.

A partir daí, passou a integrar a equipe de uma operadora de montanhismo, fez cursos de escalada em rocha e praticou bastante, virou guia da empresa e foi construindo mentalmente a ideia de se profissionalizar cada vez mais no esporte.

Foi em 2012 que ela, pela primeira vez, foi a um campo base de uma grande montanha, do Monte Aconcágua, na Argentina, a 6.962 metros de altitude. Voltou lá outras quatro vezes. Depois, chegou a ir até o campo base do Everest.

Em 2019, a sensação de que ela precisava chegar ao topo do mundo bateu forte quando ela via fotos do “Vale do Silêncio” coberto de neve.

Formada em Educação Física, ela se tornou a primeira pessoa de sua família com ensino superior e descobriu a paixão pelo montanhismo. Foto: Arquivo Pessoal | Reprodução

Aretha faz questão de evidenciar que o material reciclável foi fundamental para financiar o sonho de chegar ao Everest, uma missão que custa cerca de R$224 mil.

“O primeiro passo e o esqueleto do projeto pra eu alcançar essa realização foi catar latinhas, foi catar materiais recicláveis. Juntamos 130 mil kg de material reciclável. Foram aproximadamente 500 kg de recicláveis por dia”, conta. 

“Quando a gente planeja escalar o Everest, a gente precisa ter cumprido passos básicos de preparação: condicionamento físico, conhecimento de escalada em rocha, conhecer escalada em gelo e ter passado por montanhas acima de 7 mil metros de altitude”, explica. “Digamos que o cume nunca é garantido. Nós temos uma série de variáveis que precisam ser avaliadas, mas o que estou fazendo aqui é realmente desfrutar cada momento”.

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“Uma experiência como essa, que para mim é maravilhosa, por que não surgir para todo mundo? Por que somente alguns grupos têm direito?”, questiona.

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“Isso demonstra uma estrutura inadequada e tem a ver sim com uma estrutura racial, porque a gente sabe que a maioria dos negros estão nas periferias, nas favelas, por conta de um movimento histórico”, completa. 

“Se eu não tivesse começado, essa quantidade de lixo não teria sido recolhida. Mas eu quero ir muito além. Escalar a maior montanha do mundo é só o começo”, disse Aretha.

Aretha faz questão de evidenciar que o material reciclável foi fundamental para financiar o sonho de chegar ao Everest, uma missão que custa cerca de R$224 mil. Foto: Reprodução

O dinheiro arrecadado não apenas a ajudou na viagem como também foi em parte destinado ao Centro de Treinamento de Escalada e para a criação de um Instituto Educacional na região de Campinas.

“Eu desejo muito que jovens periféricos tenham oportunidades para poderem fazer melhores escolhas. Eu tenho certeza que se a gente garantir acesso às oportunidades para desenvolvimento pessoal, teremos uma sociedade nivelada para cima, exemplar”, disse a montanhista.

Aos 37 anos, às 10:24 (horário nepalês) e 01:39 (horário de Brasília) deste domingo (23/05), Aretha Duarte se tornou a primeira mulher negra latino-americana da história a conquistar o lugar mais alto do mundo. 

Muitos e Muitos Parabéns para a Aretha Duarte, pela força, coragem, perseverança. A montanhista brasileira é exemplo de superação. Um exemplo para as mulheres! 

Aretha Duarte se tornou a primeira mulher negra latino-americana da história a conquistar o lugar mais alto do mundo. Foto: Reprodução

Com informações: Uol / Globo

Edição: Josy Gomes Murta


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