Economia Criativa: como se criar um futuro inclusivo, promissor e sustentável

Por Regina Medeiros Amorim

As questões críticas de governança de um território criativo, devem ser enfrentadas e solucionadas pelos líderes dos diversos setores, pelos atores culturais e pelo poder público, para que se possa criar um futuro inclusivo, promissor e sustentável.

Esse é o momento oportuno de estruturar e entender como o turismo influencia o território, ou seja, o lugar onde se vive. É preciso compreender como as pessoas interagem, caso contrário, torna-se impossível colaborar com investimentos, políticas e ações coletivas que contribuam para o futuro desejado.

É preciso construir um território e um mundo onde todos tenham a oportunidade de desfrutar do
desenvolvimento humano, justo e inclusivo. Um olhar para as populações mais vulneráveis, para o ambiente natural e cultural, e para as gerações futuras, diante das mudanças e da incerteza, sobre os possíveis impactos em sistemas naturais e sociais, a longo prazo.

Capacitar e empoderar

Daí a importância de capacitar e empoderar as pessoas, os empreendedores e os gestores públicos, para realizar ações significativas, não permitindo que as tecnologias pensem por nós ou influenciem o nosso jeito de ser e de viver, mas garanta um futuro liderado por pessoas e para pessoas.

Nesse período de transição ainda é comum encontrar instituições com mentalidade do século XX, que precisam compreender e se adequar às tecnologias do século XXI. É fundamental que as novas tecnologias possam oferecer às pessoas mais liberdade e mais oportunidades, possibilitando que a comunidade tenha o controle sobre a sua própria vida.

Turismo criativo e colaborativo

O projeto de turismo criativo e colaborativo do SEBRAE/PB traz uma janela de oportunidades para os cidadãos, os empreendedores e as lideranças de todos os municípios, que queiram atuar juntos e modelar pequenos negócios, bem-sucedidos, que contribuam para a redução das desigualdades e a geração de riqueza, através de atividades criativas, significativas e gratificantes para um ambiente sustentável.

Estive recentemente nas regiões paraibanas, do Vale dos Sertões e do Vale dos Dinossauros para através de reuniões, refletir, discutir e apresentar alternativas que impactam positivamente na vida das pessoas e no desenvolvimento dos territórios.

Trata-se de uma nova abordagem de turismo criativo e colaborativo, de vivências e experiências, a criação de produtos inusitados e singulares, fruto da criatividade e da identidade cultural do lugar, que fundamentarão a vida econômica, social, cultural e ambiental dos territórios.

Oportunidades de negócios

O desafio é transformar os objetivos e as expectativas da comunidade em oportunidades de negócios que o mercado demanda, sempre observando as tendências e as conexões que impactam o ecossistema empreendedor. O turismo é uma atividade econômica que impacta positivamente na geração de empregos e na geração de renda de outros segmentos econômicos.

A atuação do SEBRAE como entidade catalisadora do empreendedorismo, tende a ser cada vez mais demandada nos territórios, que buscam novas alternativas, como fonte de renda para os desempregados e os trabalhadores menos qualificados, em tecnologias.

Os modelos de governança dos territórios ainda são lentos ou ineficientes, diante de um cenário mundial que exige novas abordagens a favor de uma governança mais ágil, mais consciente, que possam servir ao interesse público e atender às necessidades humanas. É responsabilidade da sociedade organizada e do poder público, moldar o desenvolvimento e priorizar os valores sociais coletivos, o compromisso uns com os outros e o respeito às gerações futuras.

Instâncias de governança

O Fórum de Turismo Vale dos Sertões e o Fórum de Turismo Vale dos Dinossauros são instâncias de governança, cujas estratégias devem ser flexíveis e ágeis, para oferecer respostas adequadas, vencendo as barreiras e transformando-se em organizações eficazes.

Os valores dos líderes e dos empreendedores têm forte influência sobre o território e tendem a criar
organizações socialmente conscientes e com propósitos. É papel da governança ativa, articular e sensibilizar os atores, para “fazer juntos e agora”. Identificar os interessados e valorizar as suas perspectivas, na construção de um futuro próspero e inclusivo, com foco no turismo criativo e colaborativo.