Fest Aruanda 2019 comemora 100 anos do cinema paraibano
A 14ª edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro começa nesta quinta-feira (28) e segue até o dia 4 de dezembro. O evento fará uma celebração especial ao centenário do cinema paraibano, prestando homenagens a alguns dos pioneiros no estado. Além do troféu Walfredo Rodriguez, o festival também estará iniciando uma nova mostra de curtas-metragens só com produções paraibanas.
A abertura acontece a partir das 18h, com o lançamento do livro “Mr. Babenco: solilóquio a dois sem um”, de Bárbara Paz e do Correio das Artes, suplemento do jornal A União.
Em seguida, às 19h30 haverá a exibição de um compacto dos filmes “Carnaval PB e PE” (1923), “Sob o céu nordestino” (1929) e “Jogando no Palestra Itália” (1929), em homenagem ao diretor Walfredo Rodriguez, primeiro cineasta paraibano.
Haverá também um concerto do Sexteto Brassil em homenagem ao cinema paraibano e ao maestro Pedro Santos. Após a saudação da reitora da UFPB, Margareth Diniz, o evento terá uma solenidade de homenagens a José Bezerra Filho (escritor e produtor), Marcus Vilar (cineasta) e Ingrid Trigueiro (atriz).
Às 20h15 serão exibidos os filmes de abertura: “A volta para casa”, curta-metragem de Diego Freitas, e “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, de Bárbara Paz – ao final da sessão, haverá um bate-papo com a diretora.
Os debates e painéis do Fest Aruanda começam a partir desta sexta-feira (29), sempre a partir das 9h, no Hotel Aram e na Sala Vladimir Carvalho (Usina Cultural). Estão entre os convidados os diretores Luiz Carlos Barreto (Barretão), Vladimir Carvalho e o jornalista Fernando Morais.
Principal homenageado
O cineasta Walfredo Rodriguez cunhou um marco no cinema paraibano com suas primeiras atividade cinematográficas realizadas em 1919. “A edição 2019 do festival tem como principal homenageado o próprio cinema paraibano, cuja história está intrinsecamente ligada à de Walfredo Rodriguez, de quem queremos falar muito, a partir de agora”, diz o coordenador e diretor executivo do Fest Aruanda, o professor Lúcio Vilar.
Walfredo Rodriguez é considerado o pai do cinema paraibano. O fotógrafo testemunhou o crescimento de João Pessoa em negativos que mostram a evolução da cidade desde a época que ela ainda se chamava Parahyba do Norte, desde as “cacimbas de banho” públicas até a chegada da energia elétrica e dos bondes. Natural de João Pessoa, nasceu em 1893 e faleceu em 1973.
Também serão homenageados, o ator e cantor Flávio Bauraqui e a atriz paraibana Ingrid Trigueiro, protagonista do filme ‘Rebento’, que está colecionando prêmios em festivais por todo mundo, e também parte do elenco de ‘Bacurau’; e o cineasta Marcus Vilar.
O músico Sivuca, falecido em 2006, receberá uma homenagem póstuma por suas composições de trilhas cinematográficas. Ele fez trilhas para filmes de Roberto Farias, longas dos Trapalhões e de outros.
_______
“Esse festival tem sido bem importante para a cidade, também trazendo outras produções, outros realizadores.”
_________
Segundo Ingrid Trigueiro, do filme Rebento, esta homenagem é dividida com toda a categoria do cinema paraibano, que está em ascensão: “Muito feliz com essa homenagem, eu acho que o cinema paraibano merece isso tudo que está acontecendo. Esse festival tem sido bem importante para a cidade, também trazendo outras produções, outros realizadores. Ser homenageada, é claro que a gente fica muito feliz, porque é um reconhecimento de nosso trabalho, e a gente está vivendo um momento muito bacana no cinema brasileiro. E a Paraíba também só tem crescido e se fortalecido nos trabalhos que têm sido realizados”.
Até o dia 5 de dezembro, longas e curtas metragens nacionais serão exibidos gratuitamente no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa, com entrada gratuita. O público precisa chegar uma hora antes das exibições para ter acesso aos ingressos.
A programação completa das oficinas e dos filmes está disponível no site do festival.
Com informações: Brasil de Fato / G1
Edição: Josy Gomes Murta