Fundação Belga e índios criam Supermercado que troca lixo reciclável por comida

O Acre saiu na frente no item sustentabilidade. Lixo reciclável é trocado por comida. 

O Supermercado foi inaugurado no dia 31 de março e batizado de “Troc Troc”. É o primeiro do gênero no país. Localizado  no município de Marechal Thaumaturgo, interior do estado.

O projeto é uma iniciativa de Marcelo Valadão, presidente da House of Indians Foundation, uma entidade internacional, com sede em Bruxelas e que luta pelo respeito e preservação da cultura indígena.

O Ecomercado foi entregue aos cuidados de membros da tribo, Ashaninka, com o objetivo de diminuir a poluição e a degradação do meio ambiente, fomentar a economia local e valorizar seus costumes de troca.

Foto: Reprodução

Marcelo Valadão diz como surgiu a parceria com o líder indígena da tribo Ashaninka, Benki Piyãko:

“O exemplo do povo Ashaninka. Conheci o Benki em 1993 e, através das palavras dele, idealizei o projeto com uma influência do povo europeu. Na Europa temos máquinas em que você coloca o plástico e sai um ticket para trocar por alimento, então, trouxemos uma maneira simplificada do mesmo conceito”.

No local os clientes têm a possibilidade de trocar plásticos e garrafas de alumínios por alimentos.

O líder indígena Benki Piyãko, dá detalhes como funciona o sistema de trocas:

Por cada quilo de material reciclável é cobrado o vale de R$ 0,50 em compras.  O dinheiro é revertido em compra de alimentos para o mercado. Se o cliente trouxer os resíduos já limpos e amassados, contribuindo com a reciclagem, recebe um bônus de 20% a mais.

Supermercado ecológico – Acre. Foto Anny BarbosaG1

As frutas, grãos, legumes e verduras comercializadas no estabelecimento, são oriundas da produção local, com isto os produtores da região estão sendo valorizados.

De acordo com os idealizadores do projeto, a prática da sustentabilidade por parte dos moradores do município pode construir uma consciência de reciclagem.

“Isso gera conscientização e economia. Os produtos serão regionais, então, vamos valorizar o produtor rural que terá seu produto exposto, além da limpeza da nossa cidade e rios. Vejo que essa iniciativa vai beneficiar toda a população da cidade. Percebo que temos uma carência muito grande em vendas regionais e pretendemos mudar isso, além de termos uma cidade limpa”, concluiu.

House of Indians Foundation

 Parceria da House of Indians Foundation, com o líder indígena da tribo Ashaninka. Foto: Anny BarbosaG1

A House of Indians Foundation é uma fundação com sede em Bruxelas, na Bélgica, e tem por objetivo defender os índios em todo o mundo e criar um vínculo de cooperação entre a Europa e os povos das florestas.

Entre os seus princípios estão o acesso do povo europeu a estas comunidades e abrir a possibilidade de levar tecnologia, material e conhecimento para o melhoramento das condições de vida.

O presidente da fundação é o brasileiro Marcelo Valadão e vive atualmente na Bélgica e faz o intermédio entre os indígenas e os europeus, buscando a preservação e respeito à cultura dos povos.

*Caso a ideia se espalhe pelo país, pode contribuir com as pessoas que vivem em dificuldades, como os moradores de rua. Sem contar que o sistema de troca que foi uma prática do passado, volta a ressurgir nos dias de hoje.

Foto: Reprodução

Troca – Escambo

Uma prática tão antiga que veio dos nossos ancestrais. Na época não precisavam de moedas ou objeto que a substituísse, comercialmente, ou seja, sem equivalência de valor.

Ainda hoje o sistema de troca é praticado entre os índios do litoral brasileiro e os europeus, no início do século XVI

Também é uma atividade entre os índios e alguns grupos africanos. No Brasil ainda são realizadas entre os índios do litoral brasileiro e os europeus.

Foto: Reprodução

No início do século XVI, uma prática comum entre os índios, que trocavam com os portugueses, espanhóis e franceses, o pau-brasil pelas mercadorias como: facas, machados, espelhos, colares, pentes e miçangas.

Os escravos também foram utilizados como escambo. Embora fossem vendidos por dinheiro no Brasil, eram obtidos na África, em muitos casos, por meio de escambo. Os produtos mais usados no escambo de mão-de-obra negra eram o fumo e a aguardente.

Comunidades e sistemas de trocas

No geral as trocas envolviam comunidades. Onde o habitante de uma vila pesqueira, que obtinha o peixe em grande quantidade, trocava o excedente para ter uma dieta mais variada. O pescador trocava o peixe por gêneros alimentícios produzidos pelo agricultor.

As informações dão conta que os povos da economia primitiva ainda utilizam o escambo, porém com mais raridade. Com a chegada da economia eletrônica virtual, o dinheiro é transferido de modo “virtual” e não existe sequer interferência física na operação.

Exemplificando, o cartão de crédito, que chegou para substituir o dinheiro em cédulas, ou moedas, até as trocas mais simples, onde as transferências de valores são realizadas virtualmente.

Foto: Reprodução

Segundo dados históricos, os elementos mais utilizados no sistema do escambo foram o gado, o sal, açúcar, novelos, meadas e tecidos, bem como peças de metal, em especial peças nos formatos de faca e chave, comuns na Ásia e na África.

O conceito do dinheiro em forma de moeda, assim como o conhecemos nos dias atuais surgiu na Lídia, território grego, no século VIII a.C.

Nos dias de hoje. Supermercado no Acre-Brasil. Troca lixo reciclável por comida. Foto: Reprodução

 Com informações:  The Greenest Post / Expresso MT / G1 / Infoescola / Portal do Professor Mec. Gov. Br

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