México recebe de volta as obras de uma de suas artistas mais célebres

As cores de Frida Kahlo permanecem intactas. Na contagem do tempo já são 110 anos. A artista mexicana partiu jovem, aos 47 anos, mas deixou sua arte perpetuada no mundo. No seu aniversário, o México recebe de volta as obras de uma de suas artistas mais célebres.

Intitulada “Me pinto a mí misma” (“Pinto a mim mesma”), a mostra foi aberta na data de nascimento de Frida Kahlo, 6 de julho. As peças estão em exposição no Museu Dolores Olmedo, localizado no sul da capital mexicana.

“Autorretrato con changuitos”, uma das obras em exposição. Foto: Sáshenka Gutiérre/EFE

Mulher intensa e de espírito revolucionário, a artista superou os dramas da sua vida, como um acidente grave que deixou sequelas e amputação da perna direita. “Por eu ser jovem o infortúnio não assumiu o caráter de tragédia: eu sentia que tinha energias suficientes para fazer qualquer coisa em vez de estudar para virar médica. E, sem prestar muita atenção, comecei a pintar”, dizia Kahlo.

Retratos, autorretratos, desenhos e fotografias percorrem a vida da pintora na exposição. “Eles pensaram que eu era uma surrealista, mas eu não era. Eu nunca pintei sonhos. Eu pintei minha própria realidade”, afirmou a artista certa vez.

O quadro ‘The mask (of insanity)’ (1945) é um autorretrato. Foto: Pedro Pardo/AFP

No geral, 36 obras compõem a mostra. “Achamos que nesta ocasião deveríamos apresentar (a obra de Kahlo) com uma museografia e um discurso diferente, por isso usamos uma frase que ela disse: ‘pinto a mim mesma porque sou o que conheço melhor'”, explicou Josefina García, diretora de Coleções do Museu Dolores Olmedo.

Independente, distante de padrões sociais, apaixonada pelo seu país, Frida Kahlo reunia em si mesma as culturas mexicana e indígena, vestia roupas coloridas e com elementos florais.

Frida Kahlo no seu casamento pediu emprestada uma roupa da sua empregada indígena. Foto: Reprodução

A pintura como passatempo fez florescer uma artista de traço inconfundível. “Consideramos que era um bom propósito mostrar às pessoas como ela, ao longo de sua vida, foi construindo essa imagem, não só como pessoa e personagem, mas também como sua obra plástica foi se desenvolvendo”, argumentou Josefina García, também responsável pela curadoria da mostra.

Da relação controversa com o pintor e muralista mexicano, Diego Rivera, a artista também tomou referências para suas obras. Nelas, o lado de ativista política é ressaltado por imagens que expõem a realidade social do seu país.

L’Autobus, obra de 1929, representa as diferentes classes da sociedade mexicana. Foto: Pedro Pardo/AFP

A exposição ficará aberta durante três meses. As obras que a integram foram exibidas em São Petersburgo, Seul e no Museu Dalí, na Flórida. Instituições na Itália, Rússia, Japão, China, Austrália, Cingapura e Uruguai também estão interessadas em receber a mostra de Frida Kahlo.

O diretor do Museu Dolores Olmedo, Carlos Phillips Olmedo, destacou a importância do trabalho da pintora. “Kahlo ultrapassou as fronteiras e sua obra disputa exposições com artistas como Salvador Dalí, Pablo Picasso e Vincent van Gogh, que são exposições de muito sucesso e que no caso da arte mexicana, somente a de Kahlo pôde se comparar com nossas mostras de arte pré-hispânica”, afirmou.

“Eu pintei minha própria realidade.” Frida Kahlo 

Frida Kahlo pintando o retrato de seu pai Guillermo. Foto: Reproduçã0
Fotografia de Frida Kahlo com seu amor e marido Diego Ribera. Foto: Reprodução
A casa azul, onde nasceu a artista e transformada em Museu Frida Kahlo. Foto: Reprodução
A Casa Azul – Museu Frida Kahlo. Foto: Reprodução
As coleções de Frida Kahlo. Foto: Reprodução
Frida Kahlo deixou um recado em seu diário dizendo: “Espero alegre a minha partida e espero não retornar nunca mais”. Foto: Reprodução

Com informações: G1 / O Globo / Huff Post Brasil / UOL

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