Missão DART: Nasa faz primeiro teste de defesa planetária da história

‘’A missão também proporciona o melhor entendimento da história do nosso Sistema Solar.” (Filipe Monteiro, astrônomo do Observatório Nacional)

Está previsto para esta segunda-feira (26), às 20h14 (horário de Brasília), o choque programado de uma sonda da Agência Espacial Norte-Americana contra um asteroide.

É a missão DART, Missão de Teste de Redirecionamento de Asteroide Binário (tradução do inglês), que foi lançada ao espaço em novembro do ano passado com o objetivo de causar uma possível intervenção na trajetória destes corpos celestes.

Alvo

O alvo da missão é o asteroide Dimorphos, que faz parte de um sistema duplo e orbita, como se fosse um satélite, um outro asteroide maior batizado de Didymos.

Filipe Monteiro, astrônomo do Observatório Nacional, vinculada do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovações, destaca que ‘’este é o primeiro teste de defesa planetária da história que tentará desviar a órbita de um asteroide e por isso é muito aguardado tanto pela comunidade científica quanto pela humanidade’’, diz.

O choque previsto para esta segunda-feira deve formar uma cratera e ligeiramente alterar a rota e velocidade do asteroide, o que deve ser captado por telescópios terrestres.

O astrônomo diz que é esperado, por exemplo, que o período da órbita de Dimorphos ao redor de Dydimos, que atualmente é de 11h55m, diminua em cerca 10 minutos.

‘’Outra consequência é que como a velocidade do objeto vai diminuir com o impacto, a órbita também vai diminuir. O satélite depois de um tempo vai ficar mais próximo de Didymos.’’, explica.

Segurança futura do planeta

Para Filipe Monteiro, embora estes asteroides não representem risco à Terra a missão é relevante para a segurança futura do planeta.

‘’É importante citar que a missão é um experimento que a Nasa e as parceiras estão realizando antes que qualquer ameaça real seja conhecida. Ou seja, preparando toda a tecnologia, toda a autonomia da nave espacial para chegar até o destino para que possamos proteger a Terra em uma possível ameaça real ao planeta. Se o impacto for bem sucedido, a mesma técnica poderá ser usada no futuro para desviar um asteroide que ameace a Terra.’’

Para além deste teste, Filipe destaca a possibilidade de conhecer um pouco mais o nosso Sistema Solar.

_______

‘’A missão também proporciona o melhor entendimento da história do nosso Sistema Solar. Cada vez que estudamos um asteroide, de forma tão próxima, causa um impacto muito grande na ciência.”

_______

Cada vez que estamos observando um destes de pertinho, estamos vendo um fóssil do sistema solar primitivo. Eles guardam informações da época em que os planetas como a Terra estavam se formando. Então, eles podem nos fornecer informações importantes sobre como a água chegou até o planeta e outros elementos que proporcionaram o desenvolvimento da vida aqui, por exemplo’’, explica.

Uma campanha com observatórios terrestres de diversas partes do mundo vai analisar o impacto e os resultados da missão. Aqui no Brasil, participa o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica, instalado na cidade pernambucana de Itacuruba e ligado ao Observatório Nacional.


Com informações: Agência Brasil

Edição: Josy Gomes Murta


Leia e Compartilhe boas notícias com amigos nas redes sociais…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.