“O FabLab combina ensino, pesquisa e extensão”, garante Euler Macêdo

Foram investidos R$ 500 mil na implementação do laboratório, que trabalha com modelos em 3D

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) inaugurou, nesta quinta-feira (31), o Laboratório de Fabricação Digital (FabLab), que se insere em um processo de inovação, com utilização de modelos tridimensionais. Foram investidos R$ 500 mil de recursos próprios no laboratório, assim como mostra o professor Euler Macêdo, coordenador do projeto, na entrevista abaixo, ao jornalista Marcus Alves (UFPB). 

Professor, dentro deste processo de inovação tecnológica, como se enquadra o FabLab?

O FabLab é um laboratório multidisciplinar, no qual o aluno ou o pesquisador materializa o plano dele, a ideia dele, utilizando agora o que a gente chama de ferramenta de prototipação digital, com uma precisão muito grande.  

A UFPB montou o FabLab a partir de alguma experiência concreta, alguma parceria?

Inicialmente a gente tinha submetido o projeto ao Programa de Bolsas de Extensão (Probex) da UFPB, para estudar e compreender melhor como funcionaria o conceito. A professora Camila Seibel coordenou esse projeto. A gente, enquanto projeto privado, conseguiu comprar um primeiro equipamento e, na sequência, a UFPB financiou o restante dos equipamentos. Com isso daí consegui estruturar o laboratório, inclusive com uma localização privilegiada,  no Centro de Vivências, no campus I da UFPB, em João Pessoa.

Qual o volume de recursos investido na formação do FABLab?

Foram investidos R$ 500 mil pela UFPB, para aquisição dos equipamentos. Foi recurso próprio da UFPB e o FABLab está ligado ao Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) e os equipamentos estão associados, atrelados, ao patrimônio da Universidade.

O senhor disse que o FabLab é fruto de uma experiência multidisciplinar. Quais são as disciplinas envolvidas nesse processo?

Hoje temos uma interação muito grande com as engenharias e as disciplinas da área de saúde, como a medicina, a odontologia. A gente está começando as atividades e teve um período, vamos dizer, de incubação para entender como seria a logística do laboratório, para, na sequência, começar a operação totalmente. Hoje a nossa maior experiência tem sido na área de saúde. 

UFPB | Divulgação

Quais os tipos de peças que vocês conseguem desenvolver e elas já estão sendo utilizadas em algum processo cirúrgico, de engenharia ou de arquitetura?

A gente tem feito aplicação na área médica, inclusive houve uma cirurgia inovadora feita aqui no Hospital Universitário Lauro Wanderley, que utilizou um dos biomodelos impressos em 3D desenvolvido no FabLab – utilizando um processamento de imagens muito grande feito a partir de uma tomografia magnética. Também já desenvolvemos outros protótipos que serviram de moldes para confecção de peças automotivas que foram levadas por um aluno nosso do doutorado para a Inglaterra, para fazer prototipação a partir dos moldes que fazemos aqui.

Então, o FabLab capacita a UFPB para parcerias internacionais, seria um instrumento de constituição para dialogar com empresas, com o mercado?

O Laboratório FabLab é aberto a todos, inclusive a empresas. para a comunidade acadêmica, mas também existe a possibilidade de realizarmos convênios ou até mesmo a contratação direta com empresas parceiras. Então, a gente vai poder atuar e prestar serviços para a sociedade a partir do FabLab.  Hoje, nós temos envolvidas em nossa equipe 18 pessoas. São seis professores e 12 alunos. O FabLab combina ensino, pesquisa e extensão. Além da prestação de serviços de extensão, a gente realiza cursos para os alunos aprenderem a utilizar as ferramentas de prototipação digital. Isso nos coloca dentro dessa tríade universitária que, por sua vez, nos leva à inovação.


Marcus Alves | Ascom/UFPB

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