Pesquisadores reúnem coleção inédita do pintor Pedro Américo

A arte trouxe a fama ao areiense. Mas Pedro Américo de Figueiredo e Melo também pertencia à literatura, filosofia, ciência e à política. Uma das personalidades mais aclamadas do século XIX também é uma das que têm suas obras entre as menos conhecidas e estudadas.

Nos seus trabalhos a história do Brasil era contada em pinceladas de óleo sobre tela. Uma delas despertou o olhar de Silvano Alves Bezerra Silva. Há mais de vinte anos, o professor de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e artista plástico estuda a história e a arte de Pedro Américo.

Silvano Silva pesquisa sobre Pedro Américo há mais de vinte anos. Foto: Ares Soares/Unifor

Silvano Silva organiza a Coleção Pedro Américo, com trabalhos e fatos de diversas épocas do autor. Dois títulos já foram lançados, “Discursos parlamentares: 1981-1892” e “Pedro Américo: Biografia”, além de “O holocausto”, primeiro romance de Pedro Américo que integra a Coleção Nordestina. Ao todo são mais de vintes obras presentes na coletânea.

Cartas, artigos, matérias de jornais, conferências e diversos documentos da época do Império aos quais o pesquisador teve acesso revelam a faceta dos escritos do pintor, lado ainda pouco conhecido do público em geral.

“O Grito do Ipiranga”, uma das pinturas mais conhecidas de Pedro Américo. Foto: Reprodução

“A coleção pretende recuperar essas obras em edições modernas, com apresentações para situar o leitor de hoje acerca desse grande criador, gênio da nossa pintura. Além de conter outras obras também que versam sobre Pedro Américo e que estão há muito desaparecidas, mas que são fundamentais para ajudar a compor esse mosaico que é Pedro Américo, a sua personalidade, o seu tempo”, explicou Silvano Silva.

Com uma vida ligada à cultura e à educação brasileira, o paraibano foi responsável por propor na Câmara Federal a criação de três universidades, do teatro nacional, da galeria nacional de artes plásticas e foi um dos primeiros a pensar a lei dos direitos autorais.

Obras digitalizadas

Museu Casa de Pedro Américo, tombado em 2005 pelo IPHAN. Foto: Reprodução

Além da coleção, outro projeto busca facilitar o acesso ao trabalho do artista plástico paraibano. Todo o acervo do Museu Casa Pedro Américo, em Areia está sendo digitalizado.

Os professores Silvano Silva (UFMA) e Marta Bezerra, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão à frente do trabalho. Juntos os pesquisadores catalogam as obras de Pedro Américo e as transformam em arquivos digitais.

Pesquisadores no processo de digitalização. Foto: Sectur/PMA

O projeto é desenvolvido com a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Após esse processo, os materiais ficarão disponíveis para os pesquisadores interessados na Secretaria de Cultura e Turismo de Areia, que funciona na Casa José Rufino, no centro da cidade areiense.

Pedro Américo

Pedro Américo. Foto: Reprodução

Desde criança Pedro Américo já demonstrava interesse pelas artes. O pintor que se tornaria um dos mais famosos artistas de sua época nasceu em Areia, em abril de 1843.

Nos seus 62 de vida foi romancista, poeta, cientista, teórico de arte, ensaísta, filósofo, político e professor. É autor de obras históricas de grande importância nacional tais como “Batalha do Avaí”, “Grito do Ipiranga”, “Rabequista Árabe”, entre outras.

O paraibano Pedro Américo de Figueiredo e Melo faleceu em Florença, na Itália. Mesmo em terras tão distantes, seu corpo foi trazido para o Brasil e enterrado na Paraíba, a pedido do governo do estado.

Com informações: Correio da Paraíba / Uol / Espaço Experimental / Agência de Notícias da UFPB

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