Plantas alimentícias não convencionais rendem prêmio para brasileira

A pesquisadora brasileira Patrícia de Medeiros está entre as 15 cientistas do mundo inteiro vencedoras do International Rising Talents, prêmio oferecido pela Fundação L’Oréal, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A bióloga pernambucana, de 33 anos, fez especializações em seu mestrado e doutorado em etnobotânica e a relação do homem com as plantas. Sua pesquisa atual tem como foco as plantas alimentícias não convencionais, PANCs – plantas com diversas propriedades alimentares, mas pouco conhecidas, consumidas e reconhecidas ou valorizadas pela população em geral.

“A nossa dieta alimentar acaba negligenciando essas plantas. Entre seus benefícios está não necessitarem de insumos, como agrotóxicos e fertilizantes, pois são silvestres e bem adaptadas a seus ambientes”, explica Patrícia.

Os benefícios das PANCs

Entre as PANCs estudadas estão o catolé e o ingá. Foto: Reprodução

Desde 2013 a pesquisadora estuda as plantas e sua relação e benefícios com comunidades locais. Seu trabalho busca diversificar a dieta da população nordestina e fortalecer a cadeia produtiva das PANCs, além de ampliar o entendimento sobre esses alimentos e garantir a segurança alimentar.

Professora dos cursos de Agroecologia e Engenharia Florestal da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Patrícia começou sua pesquisa entrevistando moradores do município de Piaçabuçu, a cerca de 135 km da capital Maceió, para descobrir quais eram as PANCs conhecidas por eles.

Entre os nomes citados estão araçá, cambuí, maçaranduba, aroeira, ouricuri, catolé, ingá…

O poder das mulheres na ciência

O fruto do araçá. Foto: Reprodução

O prêmio Rising Talents é uma iniciativa que tem como objetivo principal impulsionar o trabalho de mulheres, jovens cientistas promissoras, até que se tornem pesquisadoras reconhecidas em todo mundo.

Patrícia já tinha recebido uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil por ter sido premiada também na etapa nacional do prêmio Para Mulheres na Ciência 2019. Agora, com o Rising Talents, ganhará mais 15 mil euros para serem investidos em sua pesquisa.

A cientista pernambucana foi uma das selecionadas por um júri internacional de especialistas, entre mais de 250 doutoradas e pós-doutoradas.

“Fiquei muito feliz com a premiação, pois me abriu muitas portas e deu maior visibilidade a meu trabalho e às PANCs’”, declarou.

Três brasileiras já foram reconhecidas anteriormente no International Rising Talents: a farmacêutica Carolina Horta, em 2015, a química Elisa Orth, em 2016 e a bióloga Fernanda Werneck, em 2017.

Estima-se que 10% das plantas do mundo têm potencial alimentício. Foto: Reprodução

Com informações: Conexão Planeta

Edição: Josy Gomes Murta

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