Projeto Prima: cinco anos de música, conquistas e inclusão

Os aplausos são novidade para quem nunca imaginou que um dia estaria numa orquestra. Há cinco anos a ociosidade saiu de cena na vida de meninos e meninas de comunidades carentes da Paraíba. O Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (PRIMA) trouxe uma nova sinfonia para o presente e o futuro de centenas de jovens.

Inspirado no desempenho do “El Sistema”, na Venezuela, e o Neojiba, na Bahia, o PRIMA atende cerca de 1,5 mil jovens e adolescentes. São 70 núcleos de formação espalhados por nove municípios paraibanos, do Litoral ao Sertão. As ações incluem orquestras sinfônicas, grupos, duetos, entre outros.

Uma forma de música antes desconhecida, hoje encanta e faz parte da cultura dos municípios atendidos pelo projeto. Além dos livros, caderno e lápis, os violinos, clarinetes, violoncelos, fagotes, trombones e outros instrumentos passaram a ser materiais indispensáveis na rotina dos estudantes da rede pública de ensino.

A sinfonia das oportunidades

Islen, Izabella e Samuel. Foto: João Francisco.Secom-PB

A transformação é percebida pelos próprios alunos. “É uma coisa que não tem explicação. Estou aqui porque a música é uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida e eu mudei muito desde que cheguei ao PRIMA”, contou Islen Mirela, do bairro Tibiri, em Santa Rita.

Izabella Sousa, natural de Cajazeiras, hoje estuda Música no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPB) da Paraíba e sabe bem o valor do programa. “O Prima foi importantíssimo na minha vida. Desde que entrei para o projeto, abri a minha mente para a educação, para o interesse musical, cresci pessoalmente”, afirmou.

Promover uma maior interação entre a população paraibana por intermédio da música e arte são só um dos objetivos do programa. Na prática, os efeitos ultrapassam as expectativas. As mãos outrora desajeitadas já dedilham os instrumentos com desenvoltura.

O PRIMA é uma oportunidade para despertar sonhos e descortinar talentos como Samuel Ferreira, o garoto que deseja ser maestro. “Antes de conhecer o programa eu não sabia nem o que era um instrumento musical, nunca achei que seria capaz de tocar alguma coisa. Agora tudo mudou, eu amo a música”, revelou.

Do pátio para os palcos

Maestro e alunos durante as aulas do programa. Foto: Vortex Mundi

As apresentações do PRIMA não ficam restritas as salas de aula. Os alunos do projeto já participaram de eventos com direito a palco e público de concertos de músicos famosos, como o Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc), um dos maiores da América Latina, e a Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa.

O repertório da orquestra formada pelos jovens do projeto vai de composições clássicas como as de Richard Strauss, Arturo Marquez e Giovanni Gabrieli até os movimentos das “Bachianas brasileiras” de Heitor Villa-Lobos e o ritmos mais populares com as canções “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, “Carinhoso”, de Pixinguinha” e “Mulher Rendeira”, de Zé do Norte.

Gestores destacam sucesso do projeto 

A maestrina Priscila Santana, diretora-geral do PRIMA, rege uma das apresentações da orquestra do projeto. Foto: Secom – PB

O programa foi criado em março de 2012 pelo Governo do Estado. O governador Ricardo Coutinho destacou a importância da iniciativa. “É uma satisfação muito grande ver que os jovens estão sendo incluídos na sociedade não apenas tocando um instrumento, mas viver em sociedade e encarar a vida com mais disciplina e seriedade, abrindo os olhos para novas perspectivas, superando as adversidades”.

Os jovens da Paraíba atendidos pelo programa vivem hoje uma realidade com novos acordes. As cidades de João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita, Campina Grande, Guarabira, Itaporanga, Catolé do Rocha, Cajazeiras e Patos formam os 11 polos da música e da arte.

A maestrina Priscila Santana, diretora-geral do PRIMA, vibrou com os recentes avanços do projeto. “As nossas conquistas são diárias. Nós acabamos de ter cinco alunos aprovados na Orquestra Jovem da Paraíba, uma das grandes orquestras da Paraíba. São alunos que vieram de polos como Alto do Mateus, de Cabedelo, e concorreram com pessoas que fizeram mestrado, doutorado”, contou.

Primeiro diretor-geral do programa, o maestro Alex Klein ressaltou a importância do trabalho que acompanhou de perto desde o início. “Cinco anos de um projeto social significam um marco muito importante. São cinco anos em que o PRIMA não parou de crescer e de se fortalecer, ganhando adeptos nas escolas, nas comunidades. Temos de lutar para que o Prima não saia desse patamar, continue incluindo, promovendo a inclusão social”.

Veja o vídeo do Projeto Prima:


                                     


Com informações: A União / Festar Muito / Secom – PB / Portal S1

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