Ruth Ibiapino: uma poetisa orgulhosamente nordestina, sim sinhô!

Por Arlindo Cabocllo

Incentivada pelo primo, professor da escola que estudava, a participar de um projeto relacionado a elaboração de um cordel compartilhado com outras pessoas, num doce desafio literário, a jovem Ruth Ibiapino, então com quatorze anos de idade, como uma brava nordestina que encara com naturalidade e altivez os obstáculos e circunstâncias impostas pela vida, aceitou fazer parte com seus escritos da narrativa descritiva proposta.

Deste modo, despertada pelo parente que percebeu na jovem garota de São João do Tigre – Cariri Ocidental paraibano, ter talento e habilidades para escrever poesias. Ruth Ibiapino foi se lapidando – embriagando-se dos néctares literários da poetisa portuguesa Mabel Cavalcante e dos poetas Pinto do Monteiro e Laudivan Freitas (primo), a quem tem como seus referenciais na arte de materializar seus versos e narrativas cordelistas.

Com seu talento, segundo ela dom que Deus lhe deu, e sua habilidade para escrever ritmicamente como um balançar de redes de dormir, a poetisa Ruth Ibiapino faz pulsar através de seus cordéis e poesias a rica cultura nordestina, representando descritivamente o modo de vida, a convivência com a natureza, o linguajar arrastado e cantante, a alegria dos trejeitos como um dançante baião gonzaguiano, tudo isso temperado com as lutas e conquistas desse povo resistente as intempéries e adversidades naturais, culturais e sociais, mas que bravamente persiste e não se dobra a elas.

Cipoada de orgulho…

Para poetisa Ruth Ibiapino, se orgulhar de ser uma matuta nordestina, lá da zona rural de São
João do Tigre – é uma necessidade para sua própria existência como pessoa que ama sua terra mãe, na qual tem sua origem e a mais rica fonte inspiradora para seus escritos.

Com isso, chamá-la de matuta de forma pejorativa na tentativa de constrangê-la não a intimida, apenas serve de fio condutor para ela sorridentemente como uma vaqueira que encontra sua rês desgarrada no meio do mato, responde assim – primeiramente – apresenta seu cordel “O MATUTO QUE GANHOU O OSCAR” e depois dá-lhe uma cipoada de orgulho de suas origens, dessa maneira:

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“Eu sou vinda do interior do sertão
O que me desperta muita alegria
Minha alma é feita de poesia
Sendo diversos meu coração
Na rima faço inundação
Vivo rodeada pela natureza
Que vem demonstrar sua beleza
E quando a chuva cai no chão
Eu vejo o Pai da criação
Despertar a poesia de sua grandeza”

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Hoje, aos vinte anos de idade, além das poesias escritas, Ruth Ibiapino já produziu três cordéis. “O CARISMA QUE CHIARA LUBICH NOS DEIXOU: Nada do que é feito por amor é pequeno”; CASA CHAVES: Um lugar de amor, fé e solidariedade” (em parceria com poetisa Mabel Cavalcante) e “UM MATUTO QUE GANHOU O OSCAR”.

Ler os cordéis e as poesias de Ruth Ibiapino é a certeza que a nordestinidade nos seus diversos aspectos viceja fortemente tal qual a caatinga resiste a aridez do solo e a quentura, às vezes exagerada, dos longos abraços do Astro-rei, mas que rebrota intensamente em cores e vida aos primeiros beijos das chuvas.


Fotos: Ruth Ibiapino – Arquivo pessoal | Divulgação – Conexão Boas Notícias 


 Arlindo Cabocllo

Professor, geógrafo e escritor. Natural de Arcoverde, Pernambuco. Graduado e licenciado em Ciências Geográficas pela Universidade Federal da Paraíba. Professor da rede de ensino estadual da Paraíba. Autor do livro O Caranguejo Santo.

Desenvolve no Instagram o Projeto Live Entrevista, no qual conversa com as mais variadas personalidades da sociedade e é proprietário do canal Cipoada Nordestina, este voltado para divulgar as potencialidades naturais, políticas, artísticas, culturais, literárias, arquitetônicas e humanas do Nordeste. 

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Edição: Josy Gomes Murta


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One thought on “Ruth Ibiapino: uma poetisa orgulhosamente nordestina, sim sinhô!

  • 9 de fevereiro de 2023 em 09:55
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    Parabéns Ruth..Deus continue te inspirando

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