Território Criativo e Empreendedorismo

Por Regina Amorim

Território criativo e empreendedorismo é o tema do segundo módulo do curso Formação de Empreendedores em Visão Territorial, realizado pelo SEBRAE da Paraíba, em João Pessoa, nos dias 07 e 08 de maio e no SEBRAE, em Patos, nos dia 10 e 11 de maio, das 9h às 12h e das 14h às 18h.

Entende-se por “Território” o local onde tudo acontece, com o protagonismo do lugar, o coletivo, produzido socialmente e gerando informações. Territórios criativos são bairros, cidades ou regiões que apresentam potenciais culturais criativos, capazes de promover o desenvolvimento integral e sustentável, aliando preservação e promoção de seus valores culturais e ambientais.

É portanto, um ambiente dinâmico, um espaço vivo e rico em convívio e em diversidade cultural. Um espaço para a troca de ideias e o compartilhamento da produção criativa.

A diversidade cultural, a inovação, a sustentabilidade e a inclusão social são eixos de territórios criativos, que contribuem para dinamizar o empreendedorismo, estimular atividades culturais e criativas, elaborar planos estratégicos, fortalecer o capital social e a governança, formar a rede de negócios com visão territorial sustentável e estabelecer as parcerias público-privadas.

A economia criativa vem sendo considerada como um pilar estratégico de desenvolvimento territorial, no século XXI, nos diversos países e continentes.

E como potencializar a economia criativa de um território?

Através do compartilhamento de ideias e de informações entre as pessoas, através da criatividade, da arte, da cultura, do entretenimento e da inovação.  

São vários os exemplos de territórios criativos que receberam a consultoria do SEBRAE, através do IADH – Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano. Podemos citar a Villa Criativa de Ponta Negra, em Natal – RN, que através de capacitações e apoio à qualificação para o desenvolvimento de produtos e serviços criativos dos agentes locais, foi possível fortalecer a economia criativa na comunidade local e estimular o empreendedorismo.

Outro território criativo é Salvador – BA, onde o SEBRAE identificou e qualificou empreendimentos criativos dos segmentos de design, comunicação e propaganda, audiovisual. Também fomentou e promoveu a competitividade dos pequenos negócios, de forma intersetorial e participativa.

Karina Zapata citou como exemplos de territórios criativos, a Bomba do Hemetério em Recife – PE, onde se concentram quase a metade dos blocos carnavalescos da capital pernambucana, dentre eles: os maracatus, grupos afro, caboclinhos e bandas de frevo.

Outro exemplo, citado por Karina Zapata, no curso, foi a comunidade praieira do Cabo de Santo Agostinho – PE, cujo Programa Reserva da Cidadania, contribuiu para o fortalecimento da comunidade e a resolução dos seus problemas. Com o fortalecimento do capital social foi possível fomentar o turismo criativo no território e criar o calendário anual de eventos comunitários.

Em 2017, foi lançado em Brasília, o programa Território Criativo, oferecendo acesso gratuito a informações e consultorias para empreendedores desenvolverem seu potencial criativo e de negócios locais. São parceiros do Programa, o SEBRAE – DF, o Instituto Bem Cultural e outros.

O Território Criativo no Distrito Federal tem sede no anexo térreo da Biblioteca Nacional de Brasília, e tem foco específico nos setores da música, do audiovisual e do design.

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Na Paraíba, o município de Areia é uma referência de território criativo, principalmente a comunidade rural de Chã de Jardim, onde o SEBRAE através da ACG – Associação de Cultura Gerais, promoveu as qualidades locais e potencializou a cultura e a economia criativa no território.

Para a consultora Karina Zapata, do IADH, “cidade criativa não é um produto, é um processo. A identidade é a essência da cidade, ou seja, é como o território se manifesta de dentro para fora”.

Em breve, estarão entre os melhores exemplos de “territórios criativos” da Paraíba, os municípios de João Pessoa, Campina Grande, Gurinhém, Umbuzeiro, Itapororoca, Conde, Cajazeiras, Pilar, Baía da Traição, Natuba, Araruna, Itabaiana, Maturéia, Santa Luzia, Poço José de Moura, Patos, Itaporanga, Princesa Isabel e São Bento.

O diferencial é que esses municípios estão investindo em qualificação e priorizando projetos inovadores, aglutinadores e estratégicos para o desenvolvimento, com visão territorial sustentável.


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Regina Medeiros Amorim

Mestre em Visão Territorial e Sustentável do Desenvolvimento, Pós-graduada em Gestão e Marketing do Turismo, Gestora de Turismo do SEBRAE – Paraíba.

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