Universidade mais antiga de Portugal proíbe a venda de carne em seus restaurantes

A Universidade de Coimbra, em Portugal, anunciou a proibição da carne bovina, em uma tentativa de reduzir seu impacto ambiental.

A universidade, criada em 1290, anteriormente servia cerca de 20 toneladas de carne bovina em suas 14 cantinas universitárias todos os anos.

A proibição – que entrará em vigor em janeiro de 2020 – faz parte dos esforços da universidade para ser a primeira universidade neutra em carbono em Portugal até 2030.

“Estamos enfrentando uma emergência climática e precisamos impedir essa catástrofe ambiental projetada”, disse o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, em um discurso.

“Acho que o maior impacto é feito ao conscientizar as pessoas sobre o problema. O mais dramático é que os líderes mundiais não entendem que o futuro do planeta e de nossos jovens, filhos e netos está em jogo e que é muito preocupante não avisar sobre o tamanho do problema, mesmo que sejam pequenos gestos”, explicou.

O reitor também anunciou uma “política rígida contra o desperdício de alimentos”, que incluirá a introdução de caixas para restos de comida em residências universitárias. A universidade também está descartando canudos de plástico descartáveis em favor dos de papel e introduzindo um programa de plantio de árvores.

Carne bovina

Além da questão óbvia da crueldade animal, a produção de carne bovina gera quantidades enormes de emissões de gases de efeito estufa, o que contribui muito para as mudanças climáticas. A análise mais abrangente do impacto da pecuária no planeta, concluída por pesquisadores da Universidade de Oxford no ano passado, constatou que mesmo a carne com menor impacto ambiental gera seis vezes mais gases de efeito estufa do que a proteína de origem vegetal.

Até 105 kg de gases de efeito estufa são emitidos para produzir 100 g de carne, segundo o estudo. Para produzir a mesma quantidade de tofu, são gerados menos de 3,5 kg de gases de efeito estufa.

A produção de carne bovina utiliza uma grande quantidade de recursos. O site Environment Calculator Water Calculator observa que a pegada hídrica da carne bovina fica em torno de 1.800 galões por libra. “Em média, a pegada hídrica de um vegano ou vegetariano é cerca de metade da de um comedor de carne”, diz o documento.

A produção de carne bovina também consome 36 vezes mais terra do que a produção de uma proteína à base de vegetais, como ervilhas.

Universidades que proíbem carne bovina

A Universidade de Coimbra não é a primeira a remover a carne bovina de seu campus. A Goldsmiths, da Universidade de Londres, anunciou no mês passado que não ofereceria mais carne em seus restaurantes e cafés por razões ambientais.

“Declarar uma emergência climática não pode ser um termo vazio”, disse Frances Corner, a nova diretora da Goldsmiths, em comunicado. “O crescente apelo global para que as organizações levem a sério suas responsabilidades pela interrupção das mudanças climáticas é impossível de ser ignorado”.

A Universidade de Cambridge, no Reino Unido, não oferece carne bovina ou de cordeiro desde 2016, e os cafés do campus da Universidade de Edimburgo são 40% livres de carne. Seu objetivo é tornar seus cardápios 50% livres de carne no futuro.


Com informações: Anda / Newsweek / The Portugal News 

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