Dialogo que conecta: Bilionários compartilham dicas para sucesso nos negócios

A Brazil Conference 2017 reuniu no último fim de semana na Universidade de Harvard, em Boston, o segundo homem mais rico do mundo e o homem mais rico do Brasil.

Warren Buffett, 86, investidor norte-americano com patrimônio estimado em US$ 75,6 bilhões. Jorge Paulo Lemann, 77, brasileiro e um dos donos da AB Inbev, com fortuna de US$ 29,2 bilhões.

Empreendedores e donos de uma fortuna somada em US$ 105 bilhões, eles deram conselhos sobre sucesso nos negócios e na vida.

O evento contou com a presença de mais de cem palestrantes, intelectuais brasileiros e internacionais, personalidades com pontos de vista diferentes que estiveram lado a lado, partilhando opiniões a favor de um objetivo comum, fazendo valer o tema:  “Diálogo que conecta”.

Os jovens foram o público alvo da conversa descontraída que ainda abordou a ética no trabalho e à defesa do livre comércio. Lemann usou um tom encorajador para orientar os estudantes. “O que o Brasil precisa, no momento, são boas pessoas. Vocês podem transformar o Brasil, e eu espero muito por isso”, disse.

Buffett aproveitou a oportunidade para compartilhar conselhos que o fizeram o homem mais rico do mundo, atrás apenas de Bill Gates, fundador da Microsoft. O norte-americano falou que os jovens devem “descobrir seus talentos” e encontrar os lugares onde serão “apreciados”, além de estar “rodeado de pessoas melhores que você”.

As dicas dos bilionários deixaram o público entusiasmado. Warren Buffett levou a plateia a reflexão. “Eu sempre digo aos estudantes: procure o emprego que você teria se você não precisasse ter um emprego”, enfatizou. Ele ainda destacou que o amor pelo negócio é fundamental para uma empresa ter sucesso.

Trajetória de parceria empreendedora

Warren Buffett e Jorge Paulo Lemann. Foto: Getty Images

Jorge Paulo Lemann e Warren Buffett se conheceram no fim dos anos 1990, quando fizeram parte do conselho da Gillette. Na conferência, o brasileiro relembrou uma conversa que teve com o americano em 1998.

Naquela ocasião, Lemann estava querendo vender o Banco de Investimentos Garantia. Buffett questionou o brasileiro sobre essa decisão e perguntou se sentia-se feliz. Lemann teria dito a Buffett que não desejava ser um executor de operações como o grupo Goldman Sachs. A referência do brasileiro era mesmo o bilionário norte-americano, que segundo ele “tem melhor controle do seu tempo, um melhor senso de humor e mais dinheiro”.

No ano de 2013 teve início a parceria dos dois. Na época, o fundo 3G Capital, de Lemann, se uniu a Buffett para adquirir a norte-americana Heinz. O negócio foi avaliado em US$ 28 bilhões.

Um novo acordo viria no ano seguinte. O norte-americano ajudou a financiar a compra da cadeia canadense de cafés Tim Hortons pela rede de fast food Burger King, propriedade da 3G Capital.

Em 2014, os brasileiros do 3G se juntaram a Buffett para assumir a Kraft Foods, numa operação avaliada em US$ 40 bilhões. “Considero um dos maiores erros da minha vida que nós realmente não nos unimos como parceiros antes disso”, reconheceu Buffett. “Estamos no mesmo comprimento de onda”, completou.

Warren Buffett e Jorge Paulo Lemann também têm em comum o que eles buscam em empresas, como grandes marcas de consumo bem conhecidas e que tornam-se atraentes com o tempo. “No final, estamos executando coisas para o longo prazo e construindo empresas que durarão para sempre, se possível”, disse Lemann.

Público durante um dos painéis. Brazil Conference 2017. Harvard. Foto: Luciana Padilha

A Brazil Conference é realizada todos os anos por alunos brasileiros da Harvard University e do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Nesta edição, ocorrida de 7 a 8 de abril, a proposta do evento foi proporcionar o diálogo entre as mais diversas lideranças do país.

As palestras tinham como objetivo criar debates e buscar consensos a respeito do futuro do Brasil. Entre os conferencistas estavam o ministro Gilmar Mendes, a ex-presidenta Dilma Rousseff, o juiz Sérgio Moro, os deputados Eduardo Suplicy e Alessandro Molon, o escritor Olavo de Carvalho, a ambientalista Marina Silva, o economista Armínio Fraga, entre outros.

Com informações de The New York Times / Bem Paraná / Info Money / Fundação Lemann

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