Aplicativo criado na PB permite que pessoa com deficiência visual fiscalize obras públicas

Um aplicativo desenvolvido por um pesquisador da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) possibilita que pessoas com deficiência visual tenham acesso à fiscalização de obras públicas.

De acordo com Silas Yudi de Oliveira Santos, o “BlindHelper App” oferece uma abordagem de acessibilidade aos sistemas de realidade aumentada, que tem uma utilização quase impossível para pessoas com deficiência visual.

A ferramenta foi criada com a finalidade de garantir acessibilidade ao sistema Obras 4D, desenvolvido pelo Laboratório de Aplicação de Vídeo Digital (Lavid) da UFPB para o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB).

Por meio do dispositivo, Silas Yudi faz com que o conteúdo do sistema Obras 4D seja absorvido pelas pessoas com cegueira ou baixa visão. Elas podem captar pelas mãos o marcador na tela e a aplicação configurada no sistema oferecerá opções de “visitar” as obras públicas para saber em qual situação elas se encontram.

O aplicativo capta os movimentos através de um “acelerômetro” no dispositivo móvel e oferece as opções via audiodescrição, realizando vibrações para afirmar ao usuário que a ação dele foi assimilada.

“O usuário movimenta seu smartphone para cima ou para baixo para navegar entre as opções. E para a direita, ou para a esquerda, visando confirmar ou desistir da ação de ouvir o conteúdo daquela opção”, explicou o pesquisador.

Interações através de movimentos do usuário com as mãos

Interação do ‘BlindHelper’ é feita com base nos movimentos que os usuários fazem com as mãos. Foto: Silas Yudi | Arquivo pessoal

O BlindHelper possibilita que o usuário interaja com o sistema Obras 4D por meio de um mapa da Paraíba. As pessoas com deficiência visual utilizam óculos de realidade aumentada para encontrar as obras existentes no estado.

Os usuários têm acesso a vistas aéreas captadas de drones, que se movem em todas as direções, e podem fiscalizar a execução das obras públicas.

“As interações são todas baseadas em movimentar o smartphone com a mão, não há tela sensível ao toque. Com isso, há um diferencial para sanar a possível dificuldade de usuários cegos ou com baixa visão em manusear telas. Em trabalhos futuros, também pode haver a opção de utilização por comando de voz”, destacou Silas.

App pode ser configurado para outros usuários

O BlindHelper foi criado apenas como um modelo restrito para servir de acessibilidade ao sistema Obras 4D. Mas é possível configurá-lo para outros sistemas.

“Por se tratar de protótipo, testamos apenas com um usuário cego. Ele gostou da iniciativa e sugeriu melhoras na configuração do modelo, como ajustar a sensibilidade da captação dos movimentos e acelerar a fala”, ressaltou o pesquisador.

Para Silas, a expansão do aplicativo BlindHelper é uma realidade possível com custos baixos e atenderia a outras necessidades da população com deficiência visual.


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