Fondue de coxinha: mistura do Brasil com a Suíça

A culinária brasileira é o resultado de uma mistura de tradições, ingredientes e alimentos. Os sabores da nossa cozinha foram introduzidos pela população nativa indígena e imigrantes.

Cada região do país tem sua gastronomia bem peculiar, em muitas vezes adaptados ao clima. A criatividade marca presença na mesa, gostos e sabores locais.

Muitos pratos recebem nomes bem sugestivos: taça salgada, temaki no copo, acarajé e sushi.

Com a chegada do inverno o brasileiro inventou uma nova onda: o Fondue de Coxinha, uma mistura do Brasil com Suíça.

Fondue de Coxinha. Foto: Reprodução

Depois dos tradicionais fondue de queijo, de carne e de chocolate, a receita suíça ganhou uma versão bem brasileira, com coxinhas no espeto prontas para serem mergulhadas em catupiry.

Como surgiu o Fondue?

A receita nasceu nos Alpes franceses, no século XVII, na fronteira com a Suíça. A história que foi passada de geração a geração é a seguinte: 

Durante o inverno, os camponeses que moravam em vilarejos de regiões montanhosas da Suíça não tinham como buscar alimentos nas cidades. Então, para se aquecer e se alimentar, começaram a utilizar o queijo que produziam como principal ingrediente de uma comida quente, simples, saborosa e nutritiva.

A história da fondue começa em um típico chalé suíço. Foto. Reprodução

O processo era bem simples. Eles derretiam diferentes tipos de queijos, os bons e também juntavam cascas e peças velhas descartadas, colocavam numa panela com vinho e levavam ao fogo para derreter, até atingirem o estado do “fondre” (fusão em francês, e de onde deriva o nome do prato), e após o derretimento e a mistura completa dos queijos, cada camponês mergulhava pedaços de pão no creme de queijo derretido e então comia.

Uma alternativa de alimento devido ao rigoroso inverno suíço. O prato tornou-se um símbolo da Suíça.

Um prato chique da  “elite suíça”

Fondue. Queijo e pão. Foto: Reprodução

Nos séculos seguintes com a migração de grande parte dos camponeses para os grandes centros, devido a revolução industrial e a urbanização das cidades, o prato foi ficando no esquecimento. Até que caiu no gosto da burguesia suíça no final do século XIX, mas já naquela ocasião os queijos utilizados eram produzidos por cada vez menos famílias de camponeses, isso fez com que o preço dos queijos ficassem elevados e, logo comer fondue virou coisa da “elite suíça”. A fondue virou um prato requintado.

Da elite para toda a sociedade

Soldados suíços, marchando. Foto: Reprodução

No ano de 1950, a fondue de queijo entrou para o cardápio oficial do Exército Suíço.

A receita era nutritiva e saborosa e ganhou o paladar dos soldados. As 380 calorias que cada 100 gramas do prato carregam garantiam energia de sobra para os batalhões encararem as atividades ao ar livre durante o inverno.

Os soldados suíços tomaram posse da receita, comiam nas suas refeições e levavam para as suas casas o hábito de comer fondue, mesmo após o fim do serviço militar.

Por isso até hoje na Suíça a fondue é um prato tipicamente preparado por homens.  Graças aos bravos soldados suíços, não mais é mais apenas uma receita da elite francesa, mas de toda a sociedade.

Apresentou o fondue ao mundo 

Mr. Konrad Egli, a direita de paletó. Foto: Reprodução

A iguaria retomada pelos soldados só foi trazida para a comunidade suíça. O mundo mesmo só conheceu o prato francês por intermédio da criatividade de um chef suíço chamado Konrad Egli (em algumas biografias encontra-se escrito Conrad).

Ele levou a culinária suíça para Nova Iorque onde abriu seu restaurante, o Chalet Suisse. Lá Egli, ou Konni, como era chamado pelos amigos e clientes habitués,  reinventou o prato, primeiro com a criação da fondue de carne, na qual cubos de carne são fritos em óleo quente na mesa do cliente, e posteriormente ao criar a fondue de chocolate como uma opção de sobremesa. Os dois foram de imediato sucessos absolutos e fizeram a fama do restaurante do Chef Egli.

Fondue de carne. Foto: Reprodução
Fondue de chocolate. Foto: Reprodução

Com a entrada da carne e do chocolate em cena o nome “fondue” ganhou fama. A tradicional fondue de queijo caiu no gosto dos paladares e espalhou-se pelo mundo.

A receita original do Fondue à base de queijo aquecido sobre uma lamparina é também conhecida como espiriteira ou rechaud, ou outra fonte de calor pouco intenso e do qual as pessoas se servem diretamente. 

Existem também as versões de marshmallow, pão, frutas…

Fondue. Foto: Reprodução

A invenção típica dos brasileiros que caiu no gosto dos turistas: o rodízio de fondue, com queijo, carne e chocolate.

Fondue, com variedades. Foto: Reprodução

A receita que nasceu para alimentar famílias de camponeses, nunca deve ser apreciada sozinha. Faz parte do encanto o revezamento de “espetadas” e imersões dos garfos na panela. As pausas incentivam as conversas, a gentileza entre os casais e muitas risadas entre os grupos.

Fondue, uma iguaria que celebra a convivência

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Fondue: o calor da amizade, e o sabor do prato. Celebração a convivência. Foto: Reprodução

Segundo a tradição suíça, o brincar com os frequentes pedaços de pães, carnes e frutas que se perdem na panela, propicia momentos de descontração. Entre os suíços o primeiro que perde todo um pedaço de pão, carne ou fruta na panelinha de fondue paga a conta. Um jogo divertido que pode animar ainda mais a reunião dos amigos, e aquecer os encontros.

Fondue de coxinha

*A deliciosa iguaria é servida com molho de queijo bem quente. Agrada o público tradicional e os novos adeptos do prato.

Ingredientes:

Para as coxinhas (rende 35 unidades)

Massa
50 g de margarina 
1/2 xícara (chá) de caldo de frango 
1 xícara (chá) de leite
100 g de creme de leite
2 1/2 (chá) de farinha de trigo 

Recheio

50 g de margarina
1 cebola média ralada
250 g de frango cozido desfiado
50 g de massa de tomate
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 pitada de pimenta-do-reino 
1/4 xícara (chá) de salsinha picada
Sal a gosto 

Montagem

1/4 xícara (chá) de leite 
1/2 xícara (chá) de farinha de rosca
Óleo para fritar quanto baste
Molho
2 xícaras (chá) de requeijão sem amido
1 xícara (chá) de vinho branco seco

Modo de preparo

• Prepare a massa: aqueça a margarina, junte os líquidos, o creme de leite e espere ferver. Jogue a farinha toda de uma vez e cozinhar bem, mexendo sempre. Retire a massa do fogo, sove até alisar bem e amornar. Cubra com papel filme e reserve.

• Prepare o recheio: Derreta a margarina, refogue a cebola ralada e o frango desfiado. Junte a massa de tomate, a salsinha e acerte o tempero. Acrescente a farinha de trigo em chuva e mexa para engrossar.

• Montagem: faça bolinhas de 20 g de massa, recheie e dê o formato de coxinha. Passe na farinha de rosca, no leite e na farinha de rosca novamente.

• Congele.

• Aqueça o óleo em temperatura média, frite e reserve.

• Prepare o molho: misture tudo e aqueça.

• Sirva em um rechaud com palitos de churrasco para espetar as coxinhas e mergulhar no molho.

Bom apetite!

Fondue de coxinha. Mistura de Brasil com Suíça. Foto: Reprodução
Fondue de coxinha. Mistura de Brasil com Suíça. Foto: Reprodução
Fondue de coxinha. Mistura de Brasil com Suíça. Foto: Reprodução
Fondue de coxinha. Mistura de Brasil com Suíça. Foto: Reprodução
Fondue de coxinha. Mistura de Brasil com Suíça. Foto: Reprodução

Com informações: Huffpostbrasil / Revista Marie Claire / Boulevard Geneve

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