Pesquisadores escavam sítios arqueológicos dos indígenas Cariri

No vocabulário, nos hábitos e costumes, nas tradições.  A vida cotidiana é cercada por uma herança indígena. Para compreender a história de uma das tribos que habitaram a Paraíba, um grupo de pesquisadores iniciou uma série de escavações arqueológicas em cidades do interior paraibano.

Os restos ósseos dos povos indígenas do Cariri são as pistas para desvendar o mistério da existência dessa população. “Esse material vai contribuir para que a gente entenda melhor como eles viveram, como se alimentavam, de que morriam, os seus relacionamentos interétnicos, entre outras questões”, explicou Juvandir Santos, um dos professores a frente do projeto, ao Conexão Boas Notícias.

Marcação de material encontrado. Foto: Reprodução

Segundo o arqueólogo Juvandir Santos, a tribo habitou a área conhecida como Cariris Velhos da Paraíba, localizada na região de Pocinhos. Também há registros da passagem dos indígenas Cariri pelo brejo paraibano onde hoje estão edificadas cidades de Alagoa Grande, Areia e Serra da Raiz.

Há alguns anos, escavações foram realizadas no município de São João do Cariri. Em 2017, o trabalho em busca dos sítios arqueológicos foi retomado e já percorreu as cidades de Pocinhos, Serra Branca, Camalaú, Congo, São João do Tigre e ainda esse mês deve chegar a Boqueirão.

A pesquisa é desenvolvida pelo Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) com o apoio da Sociedade Paraibana de Arqueologia e Museu de História Natural.

Um colar encontrado nas escavações. Foto: Reprodução

Conforme o material é coletado, os pesquisadores iniciam a análise dos esqueletos e artefatos encontrados. O estudo irá contribuir para traçar um perfil étnicocultural desses indígenas no estado da Paraíba.

Além de conhecer o passado, a pesquisa tem reflexos no presente. “Estudar e entender um pouco da cultura Cariri é entender um pouco da nossa cultura contemporânea”, observa o professor Juvandir Santos.

A presença indígena no estado também passa pelas denominações. “Se você perceber, vários nomes que nós usamos no dia a dia na Paraíba são nomes indígenas, não obrigatoriamente Cariri. O próprio nome Paraíba é tupi, assim como Ingá. A cidade de Areia antigamente se chamava Brejo de Bruxaxá, justamente por causa de um aldeamento Cariri que existia naquela região”, relembra.

Quando a fase de análise estiver concluída, os resultados serão publicados em livros e os materiais arqueológicos ficarão no Laboratório de Arqueologia e no Museu de História Natural da Universidade Estadual da Paraíba.

Parte de um crânio humano. Foto: Reprodução

Com informações: UFAL / G1 / Paraíba Debate / Arqueólogo Juvandir Santos

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