São Paulo: Festival internacional reúne tecnologia e arte
A frieza da tecnologia e a sensibilidade da criação. No Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), obras interativas reúnem música, arte, animações, games e ambientes digitais, em São Paulo, até o dia 3 de setembro.
Em sua 18ª edição, o File, maior evento de arte e tecnologia da América Latina, apresenta ao público mais de 360 trabalhos. “O Borbulhar do Universo” foi o tema escolhido para a exposição. O título foi definido a partir do perfil das mais de mil obras inscritas.
Ricardo Barreto e Paula Perissinotto são os curadores do evento. Barreto explicou o panorama da questão que envolve a temática. “Encontramos a pesquisa do cientista Nikodem Popławski, segundo a qual há universos diferentes dentro de cada buraco negro. Do ponto de vista da arte, esse borbulhar de universos é um borbulhar de conceitos”.
No Centro Cultural da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, os sons emitidos por três buzinas como as de um navio formam bolhas de sabão que se espalham pelo espaço da mostra. A obra é do alemão Thom Kubli, intitulada de “Black Hole Horizont”.
Visualizar a beleza e esconder as imperfeições é a reflexão da escultura do canadense Daniel Jolliffe. De um lado, um vaso perfeito, do outro, o mesmo objeto danificado. “Perfect View” representa o desejo das pessoas de mostrar sempre seu melhor lado. Na obra interativa, o público decide a forma que a deseja ver. “Essa já é uma propriedade do nosso mundo. É algo que não tem volta”, disse o curador.
Uma viagem em 360 graus é a experiência de realidade virtual oferecida por “Dear Angelica”, do premiado Oculus Story Studio, dos Estados Unidos. Em cenários pintados à mão, o curta animado e imersivo conduz o visitante a um passeio mágico pelas lembranças de momentos especiais e pessoas queridas, cujos protagonistas são Feena Davis e Mae Whitman.
Além das exposições, também são oferecidas oficinas gratuitas. Difundir tecnologia como linguagem criativa e como processo de desenvolvimento artístico é um dos objetivos dos pesquisadores da área da ciência da computação e de artistas que participam do evento. A proposta é fazer uma imersão experimental na essência da linguagem binária.
“Este é um festival que acontece há 18 anos e a gente vem, ao longo desse tempo, tentando estimular, promover e divulgar as produções estéticas que são feitas para essa área da arte digital. O File é uma plataforma cultural que estimula o desenvolvimento desses projetos e anualmente tem a oportunidade de exibir e compartilhar com o público”, comentou a curadora Paula Perissinotto.
No festival, o contato com os artistas é permanente. Dessa forma, o público tem a oportunidade de conversar com os autores sobre os conceitos e os processos utilizados por eles nas obras em exposição. Nesta edição, os bate-papos serão com a artista e designer transmídia estadunidense Amy Karle e com o animador e compositor holandês Faiyaz Jafri.
O File acontece em vários ambientes do Centro Cultural Fiesp, onde até a fachada do prédio exibe obras em LED. O festival tem diferentes e independentes categorias. Esse ano, além de São Paulo, edições do evento ocorreram no Espírito Santo e no Maranhão.
Outros espaços como o Shopping Cidade São Paulo também têm obras em exposição como a “Little Babylon”, uma estrutura que infla e muda de cor de acordo com hashtags no Twitter, além de instalações e esculturas em quatro estações de metrô. Em uma delas está “Singing Tunnels”, trabalho que grava o cantarolar de quem passa pelo local e os reproduz como um coral.
Programação:
File: http://file.org.br/
Fiesp: http://centroculturalfiesp.com.br/
Serviço
18º Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File)
Local: Centro Cultural Fiesp – Avenida Paulista, 1.313, Jardins – São Paulo (SP)
Visitação: Diariamente, das 10h às 20h.
Entrada: Gratuita
Contato: (11) 3528-2000
Facebook: https://www.facebook.com/FileFestival/
Com informações: Agência Brasil / Metro Jornal / TecMundo / Centro Cultural Fiesp